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Finanças: O Brasil não é para amadores

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Sócio dos Infernos — parte 3473

Com um tweet, tudo pode mudar

A terça-feira começa marcada por uma postura de maior cautela, com investidores se preparando para eventos políticos importantes nos próximos dias. Reuniões do Fed, do BCE e eleições gerais no Reino Unido são parte do cardápio.

Conjectura-se, também, se a saraivada de novas tarifas sobre produtos chineses nos domínios do Tio Sam, programada para o próximo dia 15, será de fato pra valer ou algum fato (ou tweet?) de última hora mudará o curso da história.

A pergunta que vale milhões de dólares: a despeito de alguns sismos ao longo do caminho, o momento é de relativa calmaria nas relações sino-americanas. Calmaria esta que, a depender da postura de Washington, pode estar próxima do fim?

Queda de juros perto do fim

Enquanto isso, em Pindorama, vamos para a derradeira reunião do Copom, com expectativas relativamente alinhadas em torno de mais um corte rumo aos 4,5 por cento.

Até bem pouco tempo atrás, apostas para 2020 eram até mais agressivas: havia quem cogitasse que, no ano vindouro, a Selic pudesse ir abaixo de 4. Mas recentes lembretes de que inflação ainda existe contribuíram para fazer a turma mudar de ideia: tudo indica que o ciclo de baixa da taxa básica de juros está, sim, perto do final.

E parece estar cumprindo seu papel: com inflação bem-comportada, vemos primeiros sinais de retomada da atividade, que renovam esperanças de que, no ano vindouro, enfim veremos uma recuperação.

Leilão de uma oferta só

O que também é amplamente esperado para o futuro próximo é uma nova rodada de concessões de infraestrutura. O Tarcísio trabalha muito, mas não pode resolver todos os problemas do País sozinho.

Estou olhando para as empresas de infra com carinho, na expectativa de que boas oportunidades de investimento surjam ao longo de 2020. Avanços no front regulatório também devem colaborar para isso: até mesmo o Congresso parece um pouco mais disposto à pauta.

O que me preocupa, porém, é a concorrência. Um consórcio chinês se apresentou como único proponente pela concessão da Ponte Salvador-Itaparica, cujo leilão ocorrerá na B3 na próxima sexta-feira.

Não se deve descartar a possibilidade de, em razão da agressividade de propostas por parte dos chineses, as empresas locais simplesmente não se mostrarem competitivas — ou, tanto pior, embarcarem no mesmo arrojo e acabarem com projetos de retorno duvidoso na mão.

Vou olhar. Mas com cuidado.

Sócio dos infernos — Parte 3473

Geralmente quem fala dos sócios dos infernos é o Bruce. Mas esse eu não posso deixar passar.

Voltamos ao final de 2018: Gol (GOLL4) anuncia uma vaga proposta de reestruturação visando incorporar a Smiles (SMLS3). Em meio a promessas e juras de amor há até mesmo a sinalização de migração para o Novo Mercado.

(E pensar que houve um tempo no qual eu acreditava em Novo Mercado!)

Minoritários não curtiram. Operação não avançou. Ato contínuo à desistência da união, Gol pleiteou reajuste de passagens. Smiles, por sua vez, prometeu um novo planejamento estratégico assumindo a descontinuidade, no futuro, da parceria com a aérea dos Constantino.

Reajuste segue em negociação. Planejamento segue em elaboração. Empresa reporta resultados ruins no 3T19. Faz Investor Day anunciando nuvens negras no horizonte. Revela um guidance horroroso. Ações caem forte.

O que acontece depois? Gol anuncia nova proposta de incorporação — em termos, evidentemente, muito menos generosos que os anteriores.

Resultado?

O Brasil, definitivamente, não é para amadores.

Postado originalmente por: Nord Research