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Blog do Leo Lasmar – Perder clássico é normal, mas perder sem “brio” não faz parte da tradição do Atlético.

Faltou muita coisa (ou quase tudo) ao Atlético nesse domingo, mas, acima de tudo, faltou entender o peso do jogo que disputou. A maioria dos atletas relacionados (13 de 23) eram estreantes pelo Galo no maior clássico do futebol mineiro, duelo que completa 100 anos de história em 2021. A julgar pelo desempenho e pela postura do time alvinegro na derrota de 1 a 0, a conclusão é que esse Atlético, versão 2021, ainda não faz ideia do que o jogo significa. Por sorte, dá tempo de entender.

Um Cruzeiro x Atlético é capaz de derrubar treinadores, rescindir contratos, motivar protestos, promover mudanças radicais em um elenco, direcionar rumos de temporadas azuis e alvinegras. O papo de que “é um campeonato à parte” não é da boca para fora. De fato é. E, por isso, precisa ser disputado, sempre, em qualquer circunstância, como uma decisão.

Ignorando as arquibancadas vazias e o palco morno, o Cruzeiro se comportou de forma condizente ao que o jogo pedia. O Galo passou muito longe disso. E a explicação da (justa) derrota passa por aí

É importante separar a análise em duas “abas”. E, em ambas, a postura atleticana nesse domingo é preocupante. A primeira é justamente a parte comportamental. O Atlético entrou em campo como se fosse disputar mais um jogo de primeira fase do Mineiro. E um clássico nunca é só isso.

O duelo era recheado de expectativa por parte do torcedor do Galo, que esperava uma vitória contundente de um time que investiu centenas de milhões de reais e encararia um rival afundado na pior crise de sua história. A relevância do contexto não foi percebida antes do apito inicial, tampouco durante os 90 minutos. Faltou brio, dedicação, entrega. E, como se não bastasse o grave problema postural, também faltou bola.

Cuca, em sua entrevista coletiva, chamou para si a culpa e admitiu que seu time fez um jogo ruim. Fez o mínimo, o esperado, já que, de fato, o Atlético foi muito pobre coletivamente. Abusou de bolas longas, errou muitos passes, mostrou muita lentidão na saída de bola, marcou pouco o rival, não foi criativo e, quando teve chances de marcar gols, concluiu mal. Em resumo, a atuação foi péssima sob qualquer perspectiva.

O treinador, ainda assim, fechou sua entrevista coletiva trazendo uma visão otimista para a derrota. Segundo ele, um revés assim, em início de trabalho, pode mudar o rumo das coisas. Direcionar próximos passos. Foi além: mostrou confiança ao pedir que seja cobrado daqui 10 dias sobre um time “pronto”.

Com base no que foi visto no clássico, é possível cravar que a missão de Cuca é muito, muito difícil. O prazo de 10 dias (até a estreia na Libertadores) é curto para transformar um time até aqui muito irregular em uma equipe confiável a nível internacional. Mas, já que o técnico chamou para si esse desafio, precisa começar fazendo seus jogadores entenderem os “pré-requisitos” impostos pela camisa que vestem. Nesse domingo, mostraram que ainda não sabem quais são.

O Mineiro segue, o Atlético é líder e depende apenas de si para finalizar, no topo, a primeira fase. Cuca precisa torcer para o destino marcar mais dois clássicos contra o Cruzeiro para as próximas semanas (em prováveis semifinal ou final de Mineiro). Uma postura oposta à do último jogo, neste possível reencontro com o maior rival, seria a única forma de fazer o atleticano esquecer o jogo de domingo e voltar a confiar no time. O que foi visto no Mineirão, de fato, não passa confiança a ninguém.

Por Guilherme Frossard – GE