Noticia boa para pessoas que sofrem de gagueira, um distúrbio de fala que prejudica a fluência e o fluxo normais da fala e faz muita gente sofrer bullying desde pequena por isso. Em uma pesquisa inovadora, liderada por cientistas norte-americanos, foi identificada uma ‘arquitetura genética’ associada à gagueira que abre caminho para um tratamento mais eficaz.
Os pesquisadores do Vanderbilt University Medical Center em Nashville, Tennessee, e da Wayne State University em Detroit, Michigan, EUA, descobriram novas variações genéticas, relatadas em dois artigos publicados esta semana.
A pesquisa revelou um gene relacionado à gagueira implicado no transtorno do espectro do autismo, bem como variantes genéticas que afetam a regulação dos hormônios sexuais. O último achado pode ajudar a explicar porque os meninos têm maior probabilidade de gaguejar e porque as mulheres com gagueira têm maior probabilidade de se recuperar.
As novas revelações terão um grande impacto nas pessoas que gaguejam e nos pais de crianças afetadas pela doença, previu Kraft, professor associado de Ciências da Comunicação e Distúrbios e diretor do Laboratório de Comportamento, Fala e Genética da Wayne State University.
Com a ajuda de colegas na Irlanda, Inglaterra, Israel, Suécia, Austrália e em todo os Estados Unidos, Kraft coletou amostras de sangue e saliva para estudos genéticos de mais de 1.800 pessoas que gaguejam, incluindo mais de 250 famílias com três gerações de gagueira .
Mas, embora esse esforço, denominado Projeto Internacional da Gagueira, identifique novas variações genéticas, ou variantes, associadas à gagueira do desenvolvimento, ainda não foi possível desvendar a complexidade da doença.