“Qualidade de Vida”, parceria de Simone & Simaria com Ludmilla, chegou a 10 milhões de visualizações em uma semana no YouTube e vem subindo nos rankings do streaming.
É uma boa marca para esse funknejo e mostra como o pop brasileiro está tentando a sorte na onda dos crossovers. A gente explica:
Para ser chamado de crossover, uma canção tem que ter pelo menos uma ou todas as caractarísticas abaixo:
- Participação de artistas de estilos diferentes;
- Boa performance em paradas de sucesso de vários gêneros;
- Excecução em playlists e estações de rádios de perfis diversos;
- Estrutura com vários “pedaços” de música em uma só canção.
Mas a colagem de trechos desta candidata a hit não é tão bem feita. São cinco partes muito bem definidas e sem muita liga:
- Começa funk melódico bem Ludmila, com suingue e simpatia;
- Tem um drop: aquela queda repentina, seguida por um breve silêncio;
- Deriva para um forronejo típico de Simone e Simaria, que seria a ponte para o refrão;
- Volta para o funk mais acelerado, que pode ser chamado de refrão;
- A 2ª parte do refrão é como um canto de torcida com palavrão gritado;
- Repete tudo isso mais uma vez.
Tudo é muito simétrico: a primeira sequência com os tópicos acima tem 1 minuto e 14 segundos. A segunda parte tem exatamente o mesmo tempo: no total, são 2 minutos e 38 segundos de canção.
Simaria assina com compositora (ao lado de Rafinha RSQ, carioca que mora em Salvador e é um dos autores de “Loka”) e produtora (ao lado de Dilauri, ex-Soweto que é backing vocal da dupla de irmãs).
É ainda cedo para falar se ela terá fôlego para competir com “Jenifer” pelo posto de hit do verão. As chances da música estão na força de ser um crossover: além da união dos públicos de Lud e das coleguinhas, a música entra em playlists e em rádios de pop, funk, forró e sertanejo.