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Pela primeira vez na história da Igreja Católica, um papa enterrará outro papa

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Em 600 anos não havia uma renúncia de um Papa e de modo a jamais imaginar a situação de um Papa presidindo o funeral de outro. Da mesma forma não haverá o “Sede Vacante” ou a convocação de um conclave.

Isso irá acontecer neste dia 02 de janeiro, quando o corpo do pontífice permanecerá à vista de todos, com paramentos litúrgicos, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Após o período de visitação, até 05 de janeiro, o corpo é levado para as grutas do Vaticano, local dos túmulos dos papas, para ser enterrado lá.

Santa Mãe de Deus! Esta aclamação ressoou várias vezes na homilia do Papa Francisco na missa celebrada na Basílica de São Pedro neste primeiro dia do ano de 2023, Solenidade de Maria Santíssima. “E, hoje, confiemos à Mãe Santíssima o amado Papa emérito Bento XVI, para que o acompanhe na sua passagem deste mundo a Deus.”

Francisco confia ainda a Maria os filhos que sofrem e já não têm a força de rezar, os irmãos e irmãs atingidos pela guerra em muitas partes do mundo, que vivem estes dias de festa na escuridão e ao frio, na miséria e no medo, submersos na violência e na indiferença. “Por quantos não têm paz, aclamemos Maria, a mulher que trouxe ao mundo o Príncipe da paz.”

O Papa sugere deixar-nos inspirar pelos protagonistas do Evangelho de hoje, os pastores de Belém, destacando dois verbos: ir e ver. Os pastores foram apressadamente, não ficaram parados, e assim devemos fazer também nós.

Hoje, no início do ano, em vez de ficarmos pensando e esperando que as coisas mudem, será bom interrogar-nos: «Eu, neste ano, aonde quero ir? A quem vou fazer bem?» “Muitos, na Igreja e na sociedade, esperam o bem que você, e só você, pode proporcionar, o seu serviço. E hoje, face à preguiça que anestesia e à indiferença que paralisa, frente ao risco de nos limitarmos a ficar sentados diante de uma tela com as mãos no teclado, os pastores desafiam-nos a ir, a comover-nos com o que acontece no mundo, a sujar as mãos na realização do bem.”

Logo depois do fatídico anúncio por parte de Bento XVI, em 11 de fevereiro de 2013, começou a desenfreada busca para verificar se na história já tinha acontecido alguma coisa do gênero. E logo foi encontrado o Papa da Idade Média Celestino V (Pietro Morrone, morto em 1296) que, pouco depois de cinco meses na Cátedra de Pedro, manifestou o desejo de voltar à sua vida de eremita para depois ser preso pelo seu sucessor e morrer em condições miseráveis.

De um ponto de vista histórico não é claro se Celestino V seja verdadeiramente um “precursor” de Bento XVI porque os estudiosos duvidam da “espontaneidade” do seu gesto. Além disso há papas e antipapas obrigados à renúncia como por exemplo Gregório XII que renunciou a pedido do Concílio de Constância, para ajudar a acabar com o Grande Cisma do Ocidente. Mas em 2013 foi somente Celestino a ser citado como exemplo.

Católicos e não católicos – entenderam essa decisão e a respeitaram, também pela vida de silencioso retiro à que se dedicou. Foi deste modo que Bento XVI demonstrou a sua grandiosidade e por isso mesmo, apesar de todos os precursores, na realidade é o primeiro.