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A Liga Belorizontina de Blocos Carnavalescos, divulga carta aberta a população

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A Liga Belorizontina de Blocos Carnavalescos

A Liga Belorizontina de Blocos Carnavalescos

CARTA ABERTA À SOCIEDADE BELO-HORIZONTINA

A Liga Belorizontina de Blocos Carnavalescos vem a público esclarecer:

Diante do enfrentamento da pandemia do Covid-19 (coronavírus), nossos blocos associados são contrários à realização dos desfiles de carnaval neste ano de 2021.

Somos cientes que a capital, bem como o estado e o país, lidam com uma profunda crise provocada pela pandemia, que já ceifou muitas vidas, empobreceu nossa economia e, ainda, no campo político, enfrentam dificuldades de realizar a vacinação da população.

Representamos um setor do turismo e da cultura que depende da aglomeração e entendemos que só retornaremos às ruas quando a pandemia se for, conquistarmos a imunidade coletiva e segurança sanitária. Mas, não podemos deixar de enfatizar que, há quase um ano, muitos trabalhadores da cadeia produtiva do carnaval enfrentam dificuldades financeiras, sem poderem trabalhar, com o cancelamento de eventos, culminando com a não realização do Carnaval.

Durante meses buscamos, conjuntamente com outras entidades representativas de um carnaval que projetou Belo Horizonte nacionalmente, um diálogo franco e direto com a Belotur, empresa municipal de Turismo que, diante das nossas necessidades e anseios não apresentou solução que atendesse às nossas expectativas.

Diante disso, esta Liga e as demais entidades, solicitaram oficialmente, há mais de uma semana, uma audiência – possivelmente remota – com o senhor prefeito Alexandre Kalil, para debater a triste situação dos trabalhadores do Carnaval.

Sabemos da dimensão que ganhou o carnaval de Belo Horizonte na última década, sendo anunciado pela imprensa como o segundo melhor do Brasil, fazendo da capital um dos destinos mais procurados no país. Para além da festa e do entretenimento, o carnaval é hoje uma engrenagem importante da econômica da cidade, aquecendo o comércio, favorecendo trabalhadores ambulantes, atraindo turistas, aumentando a frequência e consumo de pessoas em bares e restaurantes, maior ocupação dos hotéis, gerando empregos diretos e indiretos e maior arrecadação de tributos municipais e estaduais.

Nós, realizadores e organizadores dos blocos de rua, temos um papel importantíssimo nesse processo que não é valorizado e nem reconhecido pelo poder público. Somos nós que mobilizamos todo este público que gera ganhos e benefícios para toda a cidade.

Diante das notícias que capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Vitória e Belém anunciam editais emergenciais de socorro EXCLUSIVO ao setor do carnaval, a cidade de Belo Horizonte nada faz até o momento, deixando pessoas e famílias que dependem das atividades do carnaval em total abandono. Não podemos pactuar com qualquer omissão do poder público, enquanto nossos trabalhadores sofrem durante a pandemia.

Precisamos, URGENTEMENTE, de socorro financeiro a altura da tão propalada importância do Carnaval para a cidade. Podemos, como contrapartida, melhor documentar e divulgar a memória e a história do carnaval da cidade, bem como usar nossa força de mobilização e formação de opinião para reforçar os cuidados no enfrentamento da pandemia, para que as pessoas fiquem em casa e sigam os protocolos.

Solicitamos, ainda, a criação de um Conselho Municipal do Carnaval, em que nossas entidades representativas tenham cadeira e voz para participar do planejamento futuro da festa momesca.

Se em 2021 não teremos carnaval, nossos tambores e cantos se calarão, nossos corpos não movimentarão as ruas e avenidas da cidade. Mas temos esperança e confiamos que para 2022 o carnaval poderá ser a redenção da sociedade brasileira, o prenúncio de um futuro melhor e mais próspero para todos após vencermos a pandemia e a crise por ela instaurada.

Por enquanto, desejamos que todos fiquem em casa, seguros, vivos e se cuidando para quando possível “viver será só festejar”.

São fundadores e compõem a Liga Belorizontina os blocos Baianas Ozadas, Baianeiros, Banda Mole, Bartucada, Batuque Coletivo, Funk You e Quarteirão Eletrônico.

Belo Horizonte, 12 de fevereiro de 2021.

Geo Cardoso
PRESIDENTE
Liga Belorizontina de Blocos Carnavalescos