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Mudanças na Meta aumentam recomendação política em redes sociais; saiba como alterar

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imagem: Shutterstock

Com as mudanças divulgadas por Mark Zuckerberg no início de janeiro de 2025 para as redes sociais da empresa Meta, que engloba o Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads, muitas pessoas se questionaram sobre como o novo algoritmo e novas configurações irão atuar na timeline desses aplicativos.

Uma das novidades mais polêmicas consiste no cancelamento do sistema de verificação de fatos, também conhecido como fact-checking, que foi substituída por “notas da comunidade”, feita, diferentemente do modelo anterior, por pessoas não profissionais em comunicação. Outra mudança notável, compartilhada pelo CEO da Meta, está no aumento da recomendação de notícias políticas para os usuários das plataformas.

A configuração anterior deste tipo de conteúdo era, por padrão, de baixa recomendação. Agora, os usuários do Instagram, Threads e Facebook irão receber, por padrão, mais propaganda e material político. Por se tratar de uma temática polarizada e por vezes recheada de debates calorosos, parcela das pessoas pode não se sentir confortável com a quantia exibida de propaganda do tipo.

Como alterar a frequência de recomendação política na timeline

Inicialmente em fase de testes no Brasil, por meio do Instagram e do Threads, uma nova configuração foi disponibilizada aos usuários, que poderão controlar a incidência de conteúdo político ao navegar em seu perfil. Uma das formas é, em uma postagem dessa natureza, no Facebook, em específico, clicar em “mostrar menos”, quando a opção é selecionável.

Outro método, no Threads e Instagram, está em selecionar “ver menos” ao surgir uma publicação sobre política. Confira o passo a passo para realizar essas ações, válidas para Instagram e Threads, abaixo:

  1. No canto superior direito, clique em um ícone com três barras horizontais.
  2. Em seguida, selecione a opção “Sugestões de conteúdo”.
  3. A próxima etapa é abrir a aba “Conteúdo político”.
  4. Após isso, defina sua configuração para “ver menos”.

O anúncio de Zuckerberg sobre mudanças na Meta

O anúncio feito pelo CEO da Meta, Mark Zuckerberg, no início de janeiro, foi de grande repercussão no noticiário global. Entre os assuntos abordados pelo bilionário empresário, Mark fala sobre “voltar às raízes” e promover a “liberdade de expressão” em suas redes sociais. Ele também diz que os sistemas de moderação de conteúdo criado em sua empresa cometem erros, conferindo a solução disto para um afrouxamento no algoritmo de censura de conteúdo de suas plataformas.

O que isso significa é que, conforme explica o CEO, as Notas da Comunidade irão cumprir o papel de checagem de fatos, como ocorre similarmente na rede social X, de Elon Musk. Mark alega que os checadores de notícias do agora extinto fact-checking estavam politizados em suas análises, referindo-se ao período da primeira eleição de Donald Trump.

Outro afrouxamento nas restrições de conteúdo é que, agora, tópicos como imigração e gênero permitem palavras de teor considerado ofensivo. Conforme o dono da Meta, o movimento que “inicialmente era inclusivo” passou a ser usado para “calar as pessoas” [que discordavam e ofendiam o movimento]. “Isso foi muito longe”, diz Mark Zuckerberg em trecho do vídeo do anúncio das mudanças na Meta.

Sobre a mudança na recomendação de conteúdo político, que antes era solicitado pela comunidade que fosse reduzido, Zuckerberg diz que “parece que estamos em uma nova era agora”. Ele diz ter recebido feedback de pessoas para que esse conteúdo seja mostrado novamente.

Confira abaixo o vídeo do empresário, feito em seu Instagram, legendado em inglês.

O contexto sociopolítico dessas alterações

Essas mudanças vêm à tona, não coincidentemente, após a eleição de Donald Trump para seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, empossado em 20 de janeiro de 2025. O candidato republicano, que já teve as contas do Facebook e Instagram bloqueadas em 2021 após a invasão de eleitores republicanos ao Capitólio, em janeiro daquele ano, agora se alia ao dono da Meta em uma tentativa de realinhar interesses.

O mesmo foi feito com o dono do X, antigo Twitter, cuja aproximação com o presidente Trump se deu por um cargo político em seu governo. Elon Musk agora lidera um novo cargo, chamado Departamento de Eficiência Governamental.

Nesse contexto, Mark Zuckerberg, assim como faz alusão no vídeo em seu Instagram, cita o governo Trump como uma nova era para as big techs. As novas regras e afrouxamento em temas sensíveis se alinham diretamente com o discurso excludente do presidente americano sobre imigração e gênero.

Em sua segunda posse para a presidência, Donald Trump está na presença de grandes empresários do meio tecnológico, como o novo integrante do governo e dono do X, Tesla e Space X, Elon Musk; o dono da Amazon, Jeff Bezos; o dono da Apple, Tim Cook; e o próprio Mark Zuckerberg, dono da big tech Meta.

O intuito dessa reunião de empresários bilionários do setor de tecnologia e comunicação não é explicitado pelo novo presidente. No entanto, uma frase dita por Trump durante seu discurso de posse pode levar a algumas análises: de que um ‘certo ouro’ estava sob seus pés e traria os EUA de volta ao trono de líder do mundo.

O ouro, conforme análise feita por colunista do UOL, são os quatro empresários, enfileirados, ouvindo o discurso do líder da nação. O colunista argumenta que o sorriso deles não seria desenhado caso a notícia fosse desagradável aos seus interesses.

Enfim, o espectro político que se cria nos EUA, misturando os interesses de donos de big techs, em especial a Meta, com o governo americano, pode ser o prelúdio de uma nova era digital, onde Governo e Empresas mutuamente desenvolvem ações em prol de interesses próprios. No Brasil, no entanto, as novas aplicações de conteúdo e afrouxamento de temas sensíveis foram questionados pelo STF, que exige que a legislação brasileira seja cumprida para o funcionamento das redes sociais sob o guarda-chuva da Meta.

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