Em três meses de 2025, entre janeiro, fevereiro e março, já foram registrados três casos relacionados a agiotagem em Divinópolis. O primeiro ocorreu no dia 7 de janeiro, o segundo no dia 30 de janeiro e o mais recente no dia 6 de março. Em comparação, o ano de 2024 registrou o mesmo número de casos, mas ao longo de todo o ano. Os casos registrados em 2024 ocorreram no dia 29 de setembro, no dia 12 de outubro e no dia 16 de outubro. Isso mostra que, em apenas três meses de 2025, já se igualaram ao total de casos de agiotagem registrados no ano anterior, o que preocupa e pode indicar uma tendência crescente dessa prática ilegal na cidade.
Sobre os casos de 2025:
No dia 07 de janeiro
de 2025,
dois homens, de 19 e 20 anos, foram presos após roubarem uma moto
Yamaha YBR, de uma vítima dentro da casa dela, na rua Ouvidor, no
bairro Catalão, em Divinópolis. A Polícia ressaltou que os
suspeitos chegaram na casa em um Fiat Pálio. Após rastreamento os
militares conseguiram abordar os suspeitos, sendo um deles
reconhecido pela vítima. Segundo a vítima o motivo do roubo seria
uma dívida no valor de R$ 500, de sua esposa com um dos acusados
envolvido em crimes de agiotagem. Os dois suspeitos foram presos.
Já no dia 30 de janeiro deste ano, a Polícia Civil, realizou
operação em Divinópolis, contra três investigados, sendo que em
uma semana anterior uma pessoa já havia sido presa em flagrante. As
investigações apontaram para uma associação criminosa envolvida com
agiotagem na cidade. Empresas financeiras de fachada, emprestavam
pequenas quantias e cobravam valores exorbitantes. Duas vítimas
procuraram a Polícia. Uma delas fez um empréstimo de R$ 500, já
havia pago R$ 600 e ainda devia 20 parcelas de R$ 90 reais. Ela
teve a casa invadida, foi agredida e teve a moto levada. As
diligências ocorreram nos bairros Mangabeiras, Tietê, Campina
Verde, J. A. Gonçalves e Prolongamento Orion/São Roque. Foram
apreendidos R$ 65 mil, dois carros, duas motos, jet ski, notebooks
e celulares.
No dia 06 de março de 2025, três homens foram presos, em Divinópolis, acusados de extorsão contra uma mulher de 58 anos no Centro da cidade. A Polícia Militar compareceu a rua Maranhão, onde a vítima diz que contraiu uma dívida de R$ 800 e começou a ser ameaçada pelo trio. Os agiotas chegaram a desligar a energia elétrica da casa e a ameaçaram de tomar os bens caso a dívida não fosse paga. Os policiais abordaram os suspeitos e apreenderam uma televisão e um conversor digital. Os homens, de 21, 22 e 23 anos, foram presos por extorsão e encaminhados para a Delegacia.
Relembre os casos de 2024:
Conforme os delegados, pelo menos dois homicídios cometidos em Divinópolis em 2024 tem relação com a prática da agiotagem, extorsão na cobrança de empréstimos. Mas ainda não foi identificada relação dos presos nesta operação com os assassinatos.
Sobre agiotagem:
A agiotagem é a prática de emprestar dinheiro a terceiros com a cobrança de juros exorbitantes, geralmente muito acima do permitido por lei. Esse tipo de transação é realizado de forma informal e muitas vezes envolve ameaças ou coações para garantir o pagamento da dívida. A pessoa que realiza a agiotagem é chamada de agiota, e a principal característica dessa prática é a ilegalidade.
O que acontece quando a pessoa deve um agiota?
Dever dinheiro a um agiota pode trazer sérios riscos e consequências. O devedor, muitas vezes, se vê preso em um ciclo de dívidas impagáveis devido às altas taxas de juros, o que pode gerar uma pressão psicológica enorme. Os agiotas, por sua vez, costumam recorrer a métodos intimidatórios e, em muitos casos, violentos para forçar o pagamento. A pessoa endividada pode enfrentar ameaças, danos materiais ou até mesmo agressões físicas. Além disso, muitas vezes, esses empréstimos são contraídos de maneira desesperada, o que leva o devedor a comprometer sua saúde financeira, emocional e até mesmo sua segurança.
Agiotagem é crime:
É importante ressaltar que a agiotagem é um crime previsto na legislação brasileira. O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 4º da Lei de Usura, estabelece que é proibido cobrar juros superiores a 12% ao ano em empréstimos de dinheiro, e, portanto, qualquer taxa que ultrapasse esse limite é considerada ilegal. A agiotagem, além de ser uma infração civil, configura também um crime, com penas que podem variar entre 1 a 3 anos de prisão e multa. Caso você seja vítima dessa prática, é essencial que denuncie. A agiotagem pode ser reportada à polícia, que tomará as medidas legais cabíveis para investigar e, se necessário, prender os responsáveis.
Se você se encontrar em uma situação de endividamento e for tentado a recorrer a um agiota, é crucial buscar alternativas legais e seguras. Existem instituições financeiras regulamentadas que oferecem crédito com juros muito mais baixos e condições de pagamento mais acessíveis. Além disso, organizações de proteção ao consumidor e programas de educação financeira podem ajudar a encontrar soluções para dívidas sem recorrer a práticas ilícitas. Não caia na armadilha da agiotagem, pois os danos podem ser irreversíveis, tanto do ponto de vista financeiro quanto pessoal.
