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O que há por trás da convulsão de Ronaldo na final da Copa de 98?

A convulsão de Ronaldo antes da final da Copa de 98 é um dos episódios mais tristes do futebol. Até hoje, essa história nunca fui profundamente debatida de maneira investigativa pela imprensa brasileira.

Mas a Coluna Tempo de Bola serve exatamente pra ser fora do senso comum. A pergunta é: o que causou a convulsão de Ronaldo Fenômeno em 98?

Vamos aos fatos:

Em 98, Ronaldinho tinha míseros 21 anos e carregava a pressão de ser o melhor do mundo. Mais do que isso, um sucessor na posição de Romário, campeão e craque da Copa quatro anos antes.

CBF, empresários, amigos e familiares pareciam ignorar a inexperiência de um jovem. Todos eles atrapalharam Ronaldo de forma cruel.

Família e Amigos

Familiares de Ronaldo viajaram à França em 1998. Durante o período, o craque era chamado para solucionar até problemas básicos da residência. Numa das vezes, foi acionado na concentração para procurar um encanador francês que consertasse a privada da casa da mãe.

Os pais de Ronaldo já estavam divorciados, mas mesmo assim brigaram várias vezes na França. Cabia ao craque ter de usar o celular na concentração para resolver os problemas.

Na época, o coração do craque era da atriz global Suzana Werner. Pessoas próximas do jogador contam que ele relutou sobre a ida da mulher à França. Não adiantou. A modelo foi à Copa e isso gerou crises de ciúme entre o casal.

Rumores mentirosos sobre um suposto affair entre Suzana e o jornalista Pedro Bial causaram abalos  ao craque.

As pessoas que mais deveriam amar Ronaldo transformaram sua vida num inferno. Tiraram foco e concentração no trabalho mais importante de sua vida.

CBF

A CBF não soube blindar Ronaldo. Uma campanha humanitária, por exemplo, levava crianças com câncer para visitar o atacante durante os treinos. O craque havia feito doações às vítimas necessitadas.

Após abraçar e dar conforto aos casos mais tristes com crianças mutiladas, Ronaldo era visto descendo emocionalmente abalado para os vestiários e se acabando em crises de choro. Tratava-se de uma visita bonita, mas totalmente inoportuna.

Turbulência

Esses episódios não explicam a convulsão sofrida no dia final em 12 de julho.  Porém, ajudam a entender como um ambiente turbulento nas costas de um jovem de 21 anos teve uma conseqüência.

Teorias da Conspiração

Aconteceram erros da comissão técnica após a convulsão de Ronaldo na tarde de 12 julho.

A lentidão na hora de medidas cabíveis provocou uma série de teorias da conspiração.

Na mais ridícula delas, uma história de que a CBF vendeu a vitória para a França através da Nike é repercutida até hoje. Uma fantasia repetida por pessoas ignorantes.

Amarelão

Porém, a narrativa mais injusta, sem dúvida, foi chamar Ronaldo de “amarelão”. Muitos disseram que Ronaldo pipocou para não entrar em campo. Mas o que o que houve, de fato, foi exatamente o contrário.

Ronaldo estava cortado da final, e sua vaga já era de Edmundo. O Fenômeno invadiu o vestiário momentos antes do jogo se dizendo apto para jogar, e exigindo entrar em campo. Um ato inconseqüente, mas que mostra a coragem de um atleta decisivo.

França 3×0 Brasil

A final de 98 foi a mais atípica da história das Copas.

Zidane, que fez três gols de cabeça em toda a carreira, fez dois só no primeiro tempo daquele jogo.

Os atletas brasileiros estavam atordoados com o acontecimento da convulsão. A cada lance que Ronaldo sentia dores, o grupo todo cercava o centroavante com medo de ter acontecido o pior.

Em condições normais, o Brasil tinha mais chance de vencer. Constatar isso não reduz o mérito da França, que tinha uma defesa magnífica, um craque e um bom time. Mas é importante salientar que Brasil e Holanda eram os melhores times e atingiram o ápice após uma brilhante semi-final.

Ronaldo

Quatro anos depois, o título e a artilharia de Ronaldo na Copa do Japão fizeram uma justiça ao Fenômeno.

Mas os acontecimentos de 1998 devem ser debatidos. As histórias falsas, as mentiras e as injustiças devem ser combatidas. No presente ou no passado.

Hugo Serelo, 31 anos, nasceu em Andradas-MG e vive em Divinópolis-MG. É repórter policial, pesquisador esportivo e radialista. Torce pro Rio Branco de Andradas e tem uma leve simpatia pelo Cruzeiro Esporte Clube.