Felipe Machado
Em 3 de fevereiro de 1937, o técnico Floriano Peixoto, conhecido como “Marechal das Vitórias”, nascido em Itapecerica-MG, foi campeão do Campeonato dos Campeões do Brasil, hoje reconhecido pela Confederação Brasileira de Futebol como primeiro Campeonato Brasileiro.
Nascido na fazendo de Casca, no município de Itapecerica, em 14 de maio de 1903, Floriano Peixoto Corrêa era filho de Francisco Antunes Corrêa e de Dª Maria do Carmo Diniz Corrêa, residentes neste município. Seu pai, ardente republicano, batizou o filho tal qual o nome do segundo Presidente da República do Brasil, o Marechal Floriano Peixoto.
O jovem Floriano estudou na cidade de Lavras, fazendo o curso primário. Ali, conheceu o boxe, sua primeira paixão. Mas após desferir golpes que arrancaram alguns dentes de um filho de um grande político local, sua sequência no esporte não prosperou. Dedicou-se ao futebol, principalmente ao estudar em Barbacena, onde frequentava o Colégio Militar.
Em 1919, migrou para o Estado do Rio Grande do Sul, morando nas cidades de Porto Alegre e Caxias do Sul, onde atuou por equipes locais, como o Sport Club Internacional, o Grêmio Football Porto Alegrense, e o Esporte Clube Juventude. No ano de 1923, foi um dos campeões estaduais do campeonato Gaúcho com a equipe Tricolor dos Pampas, e convocado pelo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais pelo selecionado do Rio Grande do Sul.
Teve passagem também pelo Rio de Janeiro, então capital federal, onde atuou pela Liga de Sports do Exército, pelo Fluminense Football Club e pelo America Football Club, onde sagrou-se campeão carioca de 1928.
Em 1933, Floriano retornou a sua terra natal, Minas Gerais, para atuar na capital, Belo Horizonte, pelo Clube Atlético Mineiro. Na equipe alvinegra, encerrou suas atividades como atleta, e dedicou-se a ser técnico. Em 1936, comandou a equipe alvinegra ao título de campeão mineiro, e, em 1937, ao de Campeão Brasileiro, vencendo o Campeonato dos Campeões do Brasil, torneio organizado pela então F.B.F. reunindo campeões estaduais de estados que adotavam o futebol profissional, que eram Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
Floriano Peixoto retornou ao Rio de Janeiro no ano seguinte, onde adoeceu, contraindo tuberculose. Não havia na época tratamento adequado para a doença, que matava aos milhares, apelidada de “Peste Branca”. Durante seus últimos anos de vida, dedicou-se a escrever seu livro: “Grandezas e misérias do nosso futebol“, que é um interessante relato da situação que o futebol brasileiro vivia na época da transição do amadorismo para o profissionalismo, denunciando os vendilhões do futebol, dirigentes que não se furtavam a comprar jogadores e árbitros para obterem os resultados esportivos desejados.
Para amenizar os dissabores da enfermidade, mudou-se para a
Europa. Viveu em Nice, na França, onde vse estabeleceu por uma
temporada. Seus últimos dias ainda são uma icógnita. Algumas fontes
afirmam que faleceu em Dacar, no Senegal, outros em Argel, na
Argélia, e ainda em Oran, no Marrocos. O fato que se sabe é que
Floriano faleceu aos 35 anos de idade, em 19 de setembro de 1938,
numa destas colônias francesas no continente africano.
Fontes:
https://ge.globo.com/futebol/times/atletico-mg/noticia/2023/08/31/atletico-mg-tecnico-campeao-de-1937-denunciou-mazelas-do-futebol-e-morreu-isolado-na-africa.ghtml