Moradores de Divinópolis reclamam de vazamento de água, vindo de prédio na Rua Vital Brasil, no bairro Esplanada. Um dos moradores fez uma denúncia no dia 7 de fevereiro no setor de Meio Ambiente da Prefeitura, sobre o vazamento, que segundo ele, está causando transtornos aos moradores na região e nada é feito para solucionar o problema.
Outro relato sobre o mesmo caso chegou ao Sistema MPA de Comunicação. Dessa vez, o relato foi de uma moradora. Segundo ela, o vazamento de água está acontecendo há aproximadamente seis meses. “A água não
para de cair na rua, está de maneira contínua, dia e noite, seguindo até a Rua Vital Brasil. O desconforto tem sido tanto que moradores tentam fazer uma espécie de pontes para conseguir atravessar a rua. A água está na porta das residências e um volume intenso. E a preocupação é com a estrutura do prédio também. O prédio é novo, no lugar do prédio havia uma residência”, afirmou.
Posicionamento da Copasa:
Em contato com a assessoria da Copasa, a assessoria explicou que “equipes técnicas estiveram na rua Vital Brasil, em diversas ocasiões, inclusive na tarde do dia 1º de março. Ficou identificado que o vazamento não é proveniente da rede de água que abastece a região, mas de uma mina localizada no terreno do prédio em questão. Nesse sentido, a reportagem entrou em contato com a Prefeitura e a Construtora.
Posicionamento da Construtora:
O sócio-administrador da construtora, Mauro Lúcio Gontijo, ele explicou que no local não há vazamento. “O que acontece no bairro Esplanada- Francisco Machado Filho, não é vazamento de água. O bairro está próximo do Rio e tem um lençol freático elevado. Você pode fazer um ensaio-spt em qualquer época do ano, e vai dar água. Esse ensaio ocorreu em março de 2019 e deu água com 1 metro e 72 centímetros. Tem vários prédios no Esplanada com este problema. Só que muitos ao invés de fazer o jeito certo e jogar a água na rede pluvial, joga na rede de esgoto, porque a rede pluvial do Esplanada é precária”, explicou.
Vale ressaltar que o sistema-spt, ou ensaio de sondagem simples à percussão, é um dentre vários métodos de obtenção do perfil geotécnico de um solo.
Ainda segundo Mauro Lúcio, a Construtora aprovou o projeto em 2020, começou a construção. “Fizemos todos os
projetos legais, fizemos protejo natural, tudo já sabendo que ia dar água, fizemos o projeto de drenagem, a garagem é toda impermeabilizada, a água é toda drenada e jogada. Teoricamente, teria que ser jogada na rede pluvial, mas como a rede pluvial não existe naquela rua, foi feito no dia 20 de agosto de 2020, logo no início da construção, um pedido para a Prefeitura que fizesse a rede pluvial e até pouco tempo nada de ter resposta da prefeitura. A gente não pode fazer rede pluvial por nossa conta, porque estaremos fazer obra em espaço público e seríamos multados, ou seja, tem que ser uma atitude da Prefeitura. Nós reunimos com a Prefeitura na segunda-feira, 13 de março, e entramos em um acordo. Apesar de não ser de responsabilidade da construtora e entendemos também que não é culpa da gestão, nós vamos fazer um projeto de canalização da água, que é água do lençol, não é vazamento, até a boca de lobo mais próxima, a gente dá o material e a prefeitura entra com mão de obra. Já foi feito esse acordo, e já está em processo de fazer o projeto, para entregar o visto para a prefeitura para que seja feita a drenagem dessa água. Mas, isso demanda tempo, não é da noite para o dia. Basicamente é isso. A construtora fez todos os procedimentos legais, atestado pelo Secretário de Meio Ambiente, aprovamos o projeto, ligamos o alvará, fizemos a vistoria do lote, está tudo dentro da lei”, detalhou. Ouça entrevista do Mauro:
Posicionamento da Prefeitura de Divinópolis- Secretaria de Meio Ambiente:
A Prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, em nota, afirmou que “já notificou os proprietários do edifício, localizado no bairro Esplanada, para que explique o vazamento de água na rua que está acontecendo há vários dias e também providencie a resolução do problema. Na última sexta-feira (17/3) a engenheira responsável pela obra solicitou a programação do prazo em mais 15 dias, para que seja possível concluir a elaboração do projeto da obra que resolverá a questão. O prefeito Gleidson Azevedo até se dispôs a tentar ajudar na questão, para solucionar, de forma mais rápida, o problema que afeta os moradores de toda aquela região, entretanto, por tratar-se de responsabilidade da construtora, o setor jurídico do Município apontou que a Prefeitura de Divinópolis não pode investir recursos públicos para solução do problema”.
Advogada de meio ambiente:
A reportagem do Sistema MPA de Comunicação entrou em contato com a advogada de Meio Ambiente, Ana Luíza Vilaça, para saber o que pode acontecer caso o problema não seja solucionado.
Ela explicou que se tratando de meio ambiente envolvendo recursos hídricos, o ideal seria ter feito um estudo ambiental do local para saber de onde que a água vem, qual origem desse vazamento. “Todo empreendimento que vai ser construído passa por processo de licenciamento ambiental, e existem fases desse licenciamento que essas condições são avaliadas, estudos são avaliados, o impacto ambiental que o empreendimento vai gerar é avaliado para que não ocorra esse tipo de problema. Existem infrações ambientais, teria que analisar esse caso para saber se cabe a infração ambiental e qual seria a penalidade. Mas, isso só é possível depois de um estudo ambiental que possa constatar origem desse vazamento. Quanto ao Município, este, tem papel de fiscalizar. Acompanhe a entrevista completa: