Os sindicatos dos trabalhadores dos Correios decidiram nesta segunda-feira (17) decretar greve por tempo indeterminado já que não houve acordo na proposta de reajuste salarial em curso. A avaliação dos funcionários é que a greve precisa acontecer para que os direitos dos trabalhadores sejam mantidos, em razão da retirada de direitos históricos dos funcionários, reduzindo o poder de compra dos mesmos em até 60%. Eles também se colocam contra a privatização da estatal.
Por meio de sua assessoria, os Correios informaram que estão cientes do estado de greve nos estados do Amapá, Bahia, Brasília, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, além dos municípios de Santos (SP) e no Vale do Paraíba (SP)..
O pedido dos trabalhadores é que seja mantido um acordo feito no ano passado.
“No ano passado teve uma luta e no dissídio conseguimos a bianualidade do acordo coletivo, ou seja, o acordo do ano passado deveria ser mantido para este ano. Uma ação, no entanto, cancelou a decisão. O acordo tinha 79 cláusulas, passou no dissídio e a empresa não respeitou a sentença normativa e nos obrigou a negociar o acordo coletivo mesmo com a pandemia e apresentou uma pauta tirando 70 direitos adquiridos nossos. O que queremos é que o acordo seja mantido”.
Processo no STF
Os representantes da estatal buscaram o Supremo Tribunal Federal (STF), mas, antes da decisão final, o governo decidiu cortar 70 das 79 cláusulas de forma unilateral. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, 100 funcionários dos Correios já morreram devido à contaminação pela COVID-19 no país.