A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Tiago Carmo de Oliveira, assessor do ex-juiz Ather Aguiar, acusado de assediar servidoras e estagiárias da comarca de Divinópolis, na Região Oeste do estado. Tiago e sua namorada, Aline Trindade, são réus no processo que julga os crimes cometidos contra as vítimas no ambiente de trabalho.
Tiago é processado pelos crimes de injúria com emprego de violência ou vias de fato e perseguição, qualificada por ser contra mulher. Já Aline é considerada ré por perseguição qualificada por ser contra mulher.
O juiz Mauro Ryuji Yaname, da 2ª Vara Criminal de Divinópolis, negou o pedido de absolvição primária, antes do julgamento, feito pela defesa do casal. Também foi negado o pedido para que as acusações fossem julgadas pelo Órgão Especial da Justiça mineira.
Os crimes teriam acontecido repetidamente durante os últimos meses dentro do gabinete do juiz. De acordo com a decisão emitida pelo órgão Especial do TJMG. O documento aponta ao menos sete casos contra o juiz. A maioria dos casos aconteceu em 2023, mas alguns citados são datados desde o ano passado.
Uma mulher que trabalhou como estagiária no gabinete contou que foi assediada logo em seu primeiro dia de trabalho. Já outra estagiária do gabinete contou ao tribunal que chegou a ser amarrada em uma cadeira após ser agredida verbalmente pelo assessor do magistrado.
O juiz já havia sido alvo de um processo administrativo pela Ordem dos Advogados do Brasil do estado (OAB-MG). Ele foi denunciado por advogados devido a casos de maus-tratos e desrespeito dentro do tribunal.
O fato teria acontecido em 2019, quando o magistrado teria se desentendido com um advogado durante uma sessão. Após ambos se encontrarem nos corredores do fórum, o juiz não aceitou conversar e continuou discutindo. Durante a discussão, um procurador de Justiça teria sido agredido fisicamente pelo juiz.
Em julho de 2023, o advogado recebeu uma homenagem da OAB-MG, onde ficou constatado o abuso de poder e atos de extrema humilhação praticados pelo juiz contra o advogado no exercício da profissão. O juiz empurrou Fábio Campos duas vezes com o dedo indicador e proferiu palavras ofensivas.