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Cruzeiro: R$ 1 bilhão de dívidas em 100 anos de história. É possível pagar??

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Por Rodrigo Capelo – GE

Problemas no curtíssimo prazo. A dificuldade em conseguir o acesso para a primeira divisão, principalmente. E problemas logo ali. Apesar dos esforços para conter custos, centenas de milhões de reais cobrados por credores de toda sorte por causa de um passado desastrado.

Análise das contas do Cruzeiro para que o torcedor entenda a situação. Os números estão contidos no balancete do clube referente ao terceiro trimestre, que compreendem de janeiro a setembro. O documento foi enviado ao blog em primeira mão pela direção celeste.

Na arrecadação, enormes dificuldades. Em nove meses, o Cruzeiro registrou R$ 84 milhões em receitas. Muito menos do que os R$ 235 milhões que havia arrecadado no mesmo período do ano anterior.

Em R$ milhões set/19 set/20 Variação
Televisão 77 22 -55
Marketing e comecial 18 22 +5
Bilheterias e estádio 15 1 -14
Associados 23 17 -6
Atletas 98 18 -80
Outros 4 4 0
Receitas 235 84 -151

A segunda divisão é a principal explicação para a redução. De diferentes maneiras. Na televisão, a cota da Série B é muito inferior à que o clube teria direito se estivesse na elite. O Campeonato Mineiro não salva.

Nas transferências, também houve uma queda significativa. Time rebaixado para a Série B se desvaloriza muito, em especial da maneira como o Cruzeiro foi gerido em seu último ano por Wagner Pires de Sá e Itair Machado. Com muitos medalhões e jogadores de pouco valor.

Para agravar o quadro, a pandemia ainda fechou os portões do Mineirão. A receita que poderia ser esperada em venda de ingressos, que já não era muita, caiu a praticamente zero nesta temporada.

A única boa notícia está no departamento comercial. Patrocínios e licenciamentos. Com um aumento de R$ 5 milhões na comparação entre períodos, nove meses de 2020 contra de 2019, essa foi a única linha com um reajuste positivo. Porém insuficiente para amenizar os problemas.

Despesas

Os gastos do Cruzeiro entre janeiro e setembro ficaram em R$ 253 milhões. Muito mais do que as receitas, um mau sinal. Mas este número precisa ser entendido aos poucos para não gerar confusão.

Em primeiro lugar, é preciso separar do total as despesas com pessoal: salários, encargos trabalhistas e direitos de imagem. O balancete oferece um quadro com uma evolução mês a mês, em 2020.

Entre julho e setembro, a administração de Sérgio Rodrigues conseguiu baixar as quantias gastas no futebol profissional. Além do que a diretoria provisória havia feito no início da temporada, após os primeiros cortes. Ao mesmo tempo, os custos da base subiram um pouco.

Outro fator a ser considerado é o impacto das rescisões de contratos. No momento em que o clube rompe com algum jogador, precisa arcar com as consequências trabalhistas desse rompimento. Como Robinho e Edilson. Um sacrifício para reduzir o desembolso ao longo do tempo.

Em outro quadro, é possível ter uma noção mais clara dos esforços feitos pela administração celeste para baixar custos. Quando somadas todas as despesas, também administrativas e do clube social, inclusive folha, a redução entre 2019 e 2020 chegou a quase R$ 100 milhões.

 

Cruzeiro set/19 set/20 Variação
Receitas 235 84 -151
Despesas -352 -253 -99
Provisão para contingências 0 -111 -111
Resultado financeiro -50 -63 -13
Resultado líquido -167 -343 -176