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Entidade mineiras não aprovam manutenção da Selic em 13,75% ao ano

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Autoridade monetária manteve a taxa Selic em 13,75% e efeitos preocupam o setor produtivo em Minas Gerais

Por decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juros (Selic) a 13,75% ao ano. Esta é a sexta vez que a instituição financeira mantém os juros no mesmo nível, desde agosto do ano passado, quando atingiu o atual patamar. Embora a medida não tenha surpreendido o mercado, entidades representativas de diferentes setores indicaram descontentamento com a decisão, sob a justificativa de que a medida compromete a economia real.

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) ressaltou as consequências negativas que a manutenção poderá trazer para a atividade econômica brasileira. Por nota, a entidade argumentou que as taxas de juros elevadas podem dificultar o acesso das empresas ao crédito e inibir investimentos, comprometendo o bem-estar da população e o progresso do País.

Ainda conforme a Fiemg, para garantir um ambiente mais favorável ao desenvolvimento econômico, é fundamental o estabelecimento de um arcabouço fiscal que ajude a ancorar as expectativas e reduzir os prêmios de risco. A Federação também destacou que se faz necessária a promoção de reformas que aumentem a eficiência dos gastos do governo e auxiliem na diminuição da inflação e das taxas de juros de médio e longo prazos.

“Apenas dessa forma será possível alcançar um crescimento econômico sustentável e duradouro do País”, diz o texto.

FCDL-MG avalia que a manutenção da Selic vai comprometer o dinamismo da economia

Já a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG) avalia que a estabilização da Selic vai continuar comprometendo o dinamismo da economia real. E que o aperto monetário permanece encarecendo o crédito, pesando sobre os investimentos e aumentando a inadimplência, impedindo que o comércio de bens e serviços avance.

Para o presidente da entidade, Frank Sinatra Chaves, que assina a nota enviada pela Federação, o Banco Central deve encontrar o balanço entre desaceleração da atividade e convergência da inflação, visando administrá-lo de forma eficiente. Ele argumenta que desde janeiro de 2017, a Selic permanece no seu maior nível.

“Espero que, quando o BC sinalizar os cortes na taxa, não seja tarde demais e esses percam a assertividade de dar ao Brasil a celeridade tão esperada na economia. Resta-nos aguardar, na expectativa de que o novo arcabouço fiscal, além de um cenário externo menos conturbado, possa criar o ambiente perfeito para que o BC aponte uma nova tendência para um Brasil que, hoje, precisa do básico para evoluir”, afirmou.

ACMinas alerta para a necessidade de elevação da meta da inflação

O economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Paulo Casaca, avaliou que a decisão indica que o comitê continua relutante em acreditar que o atual cenário de atividade econômica em desaceleração possa levar a inflação para o centro da meta de 3,25% até 2024.

Para o especialista, a ideia de que a taxa Selic deva permanecer elevada para manter a atividade desaquecida e, assim, controlar a inflação, não deveria ser vista como a única possibilidade. Segundo ele, a discussão sobre a mudança da meta de inflação tem crescido, e isso deveria ser visto com bons olhos.

“Uma meta de inflação um pouco mais alta contribuiria para que a economia brasileira convivesse com juros mais baixos. O problema é o efeito desta medida nas expectativas do mercado”, afirmou, também em nota.

Casaca lembrou que tanto a produção industrial quanto as vendas no varejo continuam andando de lado, e não há certeza de que os serviços continuarão liderando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), como em 2022. Assim, “ainda que o controle inflacionário seja prioridade, a economia estagnada, com desemprego elevado e baixo nível de investimento, também deveria ser preocupante para o Copom, assim como o é para seus pares internacionais”, alertou.

CDL-BH fala em crédito mais caro para empresas e consumidores

E a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) enfatizou que o aperto monetário tem desacelerado a economia e deixado o crédito mais caro para empresas e consumidores.

“Ainda que a taxa esteja estabilizada desde agosto passado, ela está no nível mais alto desde 2017. Com isso, o crédito para os empresários está mais caro e eles têm mais dificuldade em investir em seus negócios, além de repassar esse valor para o preço final dos produtos. Por outro lado, as famílias têm dificuldade em cumprir seus compromissos financeiros e são afetadas pelo aumento do crédito rotativo do cartão, que é uma das principais formas de pagamento utilizada pelos consumidores”, explicou o presidente da entidade, Marcelo de Souza e Silva.

O dirigente reforçou, por fim, que o setor de comércio e serviços, uma das principais forças econômicas do País e a maior da capital mineira, espera o fim do aperto monetário. “Destacamos, mais uma vez, a importância de o Banco Central adotar um sistema de controle da inflação mais moderno, que leve em consideração o fato de que o Brasil está em desenvolvimento e com uma economia com muitos pontos frágeis. Este aperto monetário já dura há bastante tempo e o temor é de que o ambiente econômico seja ainda mais prejudicado”, finalizou.

As informações são do Diário do Comércio.

Foto: EBC.

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Postado originalmente por: Portal AMIRT

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