Papo Vet
Ytallo Junior Brito, acadêmico do 8º período de Medicina Veterinária. Atualmente, está como Presidente da Liga Acadêmica de Pequenos Animais (LAPA) e bolsista de Iniciação Científica, atuando na área de doenças infecciosas e zoonóticas.
O presente estudo busca avaliar o nível de conhecimento da população sobre a Leishmaniose Visceral Canina (LVC) na região de Divinópolis-MG, um município endêmico para a doença. A pesquisa foi realizada através de um questionário digital aplicado entre março e julho de 2022, obtendo dados sobre o entendimento da população e as medidas preventivas adotadas.
Os resultados demonstraram que, embora a maioria dos entrevistados tenha conhecimento básico sobre a LVC, ainda há uma lacuna significativa na adoção de medidas preventivas, o que reforça a necessidade de campanhas educativas e estratégias mais eficazes de controle da doença.
Com esta pesquisa, espero contribuir para a conscientização da população e para o desenvolvimento de políticas de saúde pública mais eficientes no combate à LVC.
Confira os dados da pesquisa:
CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO ACERCA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA REGIÃO DE DIVINÓPOLIS-MG
A Leishmaniose Visceral Canina (LCV), é uma doença zoonótica, com alta taxa de letalidade. O município de Divinópolis, região Centro Oeste de Minas Gerais, é considerado endêmico para LVC. No período de janeiro a outubro de 2018, foram realizados testes de LVC em 2.899 cães.
Destes, 743 cães
apresentaram resultado positivo, pelo Laboratório de Parasitologia da UFSJ.
Todavia, o objetivo do estudo foi avaliar o nível de conhecimento da população sobre a LVC na região de Divinópolis – MG. Foi elaborado um questionário para levantamento de dados, por meio da plataforma Google Forms e divulgado em meios sociais, sendo entrevistadas 150 pessoas de março a julho de 2022. Do total de pessoas entrevistadas, cerca de 75, 3% possuem ensino superior completo ou incompleto. Aproximadamente 90% sabem o que é LVC ou já ouviram falar sobre a doença. Cerca de 74% dos entrevistados sabem como a LVC pode ser transmitida. No entanto, quando foi analisada sobre medidas de prevenção adotadas pelos tutores, somente 60% respondeu que adota algum tipo de medida, sendo que, 51% vacinam seus animais contra a doença, 33% utilizam coleiras repelentes e 11% utiliza alguma aplicação no corpo dos animais com repelentes. Pode-se concluir com o estudo que apesar de dotarem de conhecimento básicos sobre a LVC ainda sim não observamos um número expressivo de tutores que adotam alguma medida de prevenção contra a zoonose.
Ytallo Junior Brito
Saiba mais sobre esta doença zoonótica endêmica em nossa região:
Leishmaniose Visceral – em humanos: Uma Doença Grave e Potencialmente Fatal
A leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, é uma doença grave causada pelo protozoário Leishmania e transmitida pela picada do mosquito-palha (Lutzomyia). A enfermidade afeta principalmente o fígado, baço e medula óssea, podendo ser fatal se não for tratada.
Os sintomas incluem febre prolongada, perda de peso, fraqueza, anemia e aumento do fígado e do baço. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações graves. O tratamento é realizado com medicamentos específicos, como os antimoniais pentavalentes, anfotericina B lipossomal ou miltefosina, dependendo do quadro clínico e da recomendação médica.
Além do tratamento, a prevenção é fundamental e envolve o controle do vetor, o uso de repelentes e a proteção de cães, que podem atuar como reservatórios da doença. A conscientização da população é essencial para o combate à leishmaniose visceral e a redução de sua incidência.
Leishmaniose Visceral em Animais: Sintomas, Tratamento e Prevenção
A leishmaniose visceral canina é uma doença infecciosa grave que afeta principalmente os cães, que atuam como reservatórios do protozoário Leishmania. A transmissão ocorre pela picada do mosquito-palha (Lutzomyia), e os cães infectados podem permanecer assintomáticos por um longo período.
Sintomas em Cães
Os sinais clínicos da doença podem variar, mas os mais comuns incluem:
✅ Perda de peso progressiva
✅ Lesões de pele (úlceras, descamação, alopecia)
✅ Crescimento exagerado das unhas
✅ Apatia e fraqueza
✅ Anemia e sangramentos
✅ Aumento dos linfonodos e do baço
✅ Problemas renais, podendo evoluir para insuficiência renal
Tratamento
O tratamento da leishmaniose em cães não é curativo, mas pode melhorar a qualidade de vida do animal. São utilizados medicamentos como a miltefosina, alopurinol e anfotericina B, que ajudam a controlar a carga parasitária. O acompanhamento veterinário é essencial, pois a doença pode ser crônica e exigir manejo contínuo.
Prevenção
🔹 Uso de coleiras repelentes impregnadas com deltametrina ou flumetrina
🔹 Vacinação contra a leishmaniose, que reduz o risco de infecção
🔹 Ambientes protegidos: manter os animais em locais telados no amanhecer e entardecer, períodos de maior atividade do vetor
🔹 Controle do mosquito-palha, evitando acúmulo de matéria orgânica e utilizando inseticidas
A leishmaniose visceral é uma zoonose, ou seja, pode afetar tanto os animais quanto os humanos. Por isso, a prevenção e o controle da doença são fundamentais para a saúde pública e o bem-estar dos pets.
Consulte um Médico Veterinário para saber mais informações e o tratamento adequado para seu PET.