A Essencialidade dos Especialistas em Cirurgia e Ortopedia Veterinária
Cuidar da saúde dos nossos companheiros de quatro patas exige mais do que amor e atenção — requer também o trabalho incansável de médicos veterinários altamente qualificados. Entre as diversas especialidades, destacam-se os profissionais de cirurgia e ortopedia, que enfrentam desafios complexos para restaurar a qualidade de vida de cães e gatos. Essas áreas, fundamentais para o tratamento de traumas, doenças articulares e diversas patologias, vêm avançando a passos largos graças à integração de tecnologia, ciência e dedicação.
Nesta edição da coluna Dog & Cat, tivemos a honra de entrevistar a Dra. Marina Rabelo e Avelar, referência em ortopedia e cirurgia de tecidos moles na região de Divinópolis. Graduada em medicina veterinária e com pós-graduações que consolidam sua expertise, Dra. Marina compartilha experiências marcantes, insights sobre avanços tecnológicos e orientações para estudantes e tutores. Acompanhe essa conversa enriquecedora e descubra como os médicos veterinários, com sua competência e paixão, transformam vidas e superam limites.
Dra: Marina Rabelo e Avelar https://www.instagram.com/marinacirurgiavet/
https://www.instagram.com/marinacirurgiavet/
- Graduada em Medicina Veterinária
- Pós-graduada em Cirurgia de Tecidos Moles de Cães e Gatos
- Pós-graduada em Ortopedia e Neurocirurgia de Cães e Gatos
Onde atende?
Atuo como cirurgiã volante de tecidos moles e ortopedia em clínicas
de Divinópolis e região.
O que a motivou a escolher a ortopedia veterinária como
especialidade?
Sempre fui apaixonada pelo ramo da cirurgia, e a ortopedia se
mostrou uma vertente desafiadora, mas bela e intrigante,
despertando meu fascínio.
Quais são os casos mais desafiadores que já enfrentou na
ortopedia veterinária? Como os resolveu?
Um dos casos mais desafiadores foi o de uma cachorra pequena que
fraturou o osso da coxa (fêmur). Foi difícil encontrar o local
ideal para colocar os implantes devido ao pequeno fragmento ósseo e
à superfície articular, que não permitiam margens para erros. Com
muita paciência e planejamento, foi possível fixar uma placa com
seis parafusos e um pino, alinhando perfeitamente o osso e
permitindo que o joelho mantivesse sua mobilidade normal.
Como você equilibra as demandas clínicas da cirurgia com
o trabalho como professora universitária?
Dividir os horários para atuar como cirurgiã e professora
universitária não é fácil, pois, na área da saúde, não temos
controle exato de quando um serviço será concluído. Procuro agendar
meus pacientes com horários mais espaçados, garantindo a atenção
completa de que necessitam, além de reservar tempo para estudar e
me preparar adequadamente, oferecendo aos meus alunos o que eles
realmente precisam.
Quais avanços tecnológicos você acredita que tiveram
maior impacto na ortopedia veterinária nos últimos anos? E como
lidar com a realidade dos tutores que nem sempre podem arcar com os
custos?
Os avanços na qualidade e na variedade de implantes, além dos
softwares e exames de imagem, foram transformadores. Eles nos
permitem compreender melhor os cenários cirúrgicos antes de
realizá-los, o que possibilita simulações e um planejamento mais
eficiente. Com a ampla gama de implantes ortopédicos disponível,
podemos escolher a opção mais adequada para cada paciente,
independentemente de seu porte ou da morfologia de seus ossos. Em
casos onde o custo é uma questão importante, alternativas mais
acessíveis, como implantes de aço em vez de titânio, ou mesmo
fixadores externos (conhecidos popularmente como “gaiolas”), podem
ser utilizadas para salvar a vida do animal.
Há novos tratamentos ou abordagens promissoras para
doenças articulares crônicas, como a displasia
coxofemoral?
Quanto mais avançada a tecnologia dos implantes, maior tende a ser
o custo. Entretanto, é possível optar por soluções acessíveis que
ainda assim proporcionam resultados excelentes, especialmente para
tutores com restrições financeiras. Além disso, há avanços
significativos no diagnóstico precoce dessas doenças,
possibilitando cirurgias preventivas que ajustam o ângulo da
articulação do quadril para melhorar seu encaixe e evitar lesões
futuras.
Em casos de politraumatismo envolvendo lesões ósseas
complexas, como é feita a priorização do tratamento?
Quando um paciente politraumatizado chega à clínica, é essencial
realizar uma avaliação geral simultânea, priorizando problemas que
ameaçam a vida, como lesões nos pulmões, hemorragias ou danos
cerebrais. Lesões de pele, musculares e até a maioria das ósseas
podem ser temporariamente controladas — mantidas limpas e cobertas
— enquanto estabilizamos o paciente. Por mais chocante que seja ver
uma perna com osso exposto, o foco inicial deve ser nos órgãos
vitais, seguindo o conhecido protocolo ABC do trauma. Somente após
o paciente estar estável é que se deve planejar as cirurgias
ortopédicas.
Como você enxerga o futuro da ortopedia veterinária?
Alguma nova tecnologia ou tendência que a entusiasme?
Vejo a ortopedia veterinária acompanhando a evolução da medicina
humana, com profissionais cada vez mais excelentes. A possibilidade
de usar impressoras 3D para criar modelos ósseos precisos para
treinar antes das cirurgias é simplesmente revolucionária. Essa
prática permite realizar procedimentos com precisão e maestria,
reduzindo riscos e aumentando a eficácia das intervenções.
Que conselhos você daria para estudantes de medicina
veterinária que desejam se especializar em cirurgia ou
ortopedia?
Para quem quer se destacar, o segredo está no estudo contínuo. Ler
muito, ficar antenado nas inovações da área da saúde, fazer
estágios para aprender com profissionais experientes e investir em
cursos e palestras. A prática vem com o tempo, mas a teoria sólida
ajuda a enfrentar e resolver problemas ainda desconhecidos.
Você acredita que a medicina veterinária está
suficientemente integrada com outras áreas, como fisioterapia
animal ou reabilitação?
Sim, a integração entre a ortopedia e a fisioterapia tem mostrado
resultados excelentes na recuperação de cães e gatos, garantindo
qualidade de vida e retorno mais rápido à mobilidade. Fico feliz ao
perceber que os tutores têm valorizado cada vez mais essa parceria
e compreendido a importância desses profissionais na reabilitação
de seus pets.
Escreva algo de sua vontade que considere importante
compartilhar com tutores de cães e gatos. Pode ser um conselho, uma
dica ou uma curiosidade.
A fisioterapia animal é indispensável para melhorar e acelerar a
recuperação ortopédica dos pets, proporcionando um retorno precoce
à sua rotina e qualidade de vida. É essencial que os tutores
compreendam que, além do trabalho do cirurgião, a dedicação ao
processo de reabilitação também faz toda a diferença na recuperação
completa dos seus bichinhos.
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