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Finanças: Taxa Selic hoje é de 12,75%, define Copom

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Taxa Selic hoje

Ontem, tivemos mais uma reunião do Copom em que o Banco Central reduziu a taxa Selic pela segunda vez, indo de 13,25% para 12,75%.

A queda já era esperada pelo mercado e o que todo mundo queria saber no comunicado era se o BC daria dicas de que poderia acelerar o passo da queda para 75 bps.

Muitos economistas chegaram a cogitar o espaço para uma queda mais acentuada, não só pela pressão do governo, como também pela necessidade de chegar ao juro neutro de forma mais célere.

O juro neutro é aquele que não acelera nem desacelera a inflação. Hoje, a taxa Selic está em nível contracionista, ou seja, ela ainda exerce pressão para a contração da atividade e redução da inflação.

No entanto, se a inflação já estivesse próxima à meta, não haveria necessidade de manter o juro atual em uma taxa tão superior a esse juro neutro. A estimativa é que esse juro seja em torno de 8%. Isso significa que o espaço entre 13,25% e 8% é tão grande que acelerar o passo para chegar logo ao neutro faria sentido.

Acontece que, segundo o Banco Central, temos alguns motivos para não ter pressa para chegarmos perto do juro neutro.

O primeiro motivo seria a desancoragem das expectativas:

“As expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,9%, 3,9% e 3,5%, respectivamente.”

O comunicado mostra que mesmo em vencimentos mais distantes, como 2025, o mercado espera uma inflação de 3,5%, portanto 0,5% acima da meta de 3%.

Até mesmo as próprias projeções de inflação do Banco Central subiram desde a última ata e se encontram acima da meta de inflação:

“As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência* situam-se em 5,0% em 2023, 3,5% em 2024 e 3,1% em 2025.”

Em um cenário de expectativas desancoradas, fica difícil reduzir muito a Selic, pois o mercado começa a precificar uma chance maior de o BC perder a guerra contra a inflação. Isso se dá pela desvalorização cambial e aumento das taxas de juros longas.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação com reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.”

Além das expectativas, o fiscal também é uma variável que preocupa o Banco Central. O mercado em geral é muito cético com o cumprimento das metas de superávit estabelecidas pelo novo governo. Caso elas não sejam cumpridas, o mercado poderia novamente aumentar os prêmios de risco.

“Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reforça a importância da firme persecução dessas metas.”

Assim, por esses dois motivos, o BC acaba o comunicado dizendo que na visão unânime dos membros será preciso manter o passo de 50 bps nas próximas reuniões:

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.”

A unanimidade do comunicado é uma dica muito importante, afinal o Galípolo é um novo membro que entrou pela indicação do governo após uma série de críticas à condução da política monetária do Banco Central.

Mostrar que até mesmo o Galípolo concorda em não acelerar o passo é um importante indicador de credibilidade.

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Postado originalmente por: Nord Research