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Finanças: Não tente pegar facas caindo

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Nord Insider

Olá, investidor.

Nesta sexta-feira, 11, o pré-mercado de Nova York opera em alta com investidores monitorando os desdobramentos da guerra na Ucrânia. No local, a alta dos combustíveis e dados de inflação seguem no radar.

Na agenda econômica, o destaque será o IPCA, indicador considerado a inflação oficial do Banco Central, de fevereiro no Brasil.


Rússia x Ucrânia: não tente pegar facas caindo; leia a análise de Danielle Lopes

Economia russa está em “choque” por guerra econômica sem precedentes, diz porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov [Imagem: Getty. Reprodução: Express.co.uk]

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, muitos investidores já começam a se questionar se não vale a pena investir em ativos russos. De maneira geral, os mercados globais apenas decidiram esperar para ver o que acontece. Ninguém quer estar do outro lado.

E por que cargas d’água alguém iria querer negociar na Rússia?

Esse interesse surge na desvalorização da moeda russa — o rublo, moeda oficial russa já caiu mais de -30 por cento — e do mercado de ações e títulos.

Nesse contexto, as pessoas consideram um bom momento para comprar papéis de empresas bem geridas, a preços baixos, à espera de que as ações se valorizem quando a turbulência passar.

À primeira vista, esse raciocínio pode fazer sentido. Contudo, a situação não é tão simples assim.

Os custos da guerra de Putin à economia mundial

Aqui estamos, no 16º dia do conflito, e o governo da Rússia afirmou na quinta-feira, 10, que a economia do país está em choque e passa por uma guerra econômica “sem precedentes”.

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres do G1 que medidas estão sendo tomadas para conter a desvalorização do rublo e proteger o sistema financeiro russo do colapso.

De fato, as sanções do Ocidente contra a Rússia claramente já surtem efeitos severos, que podem piorar ainda mais.

As ações do Sberbank, maior banco da Rússia, chegaram a acumular queda de -95 por cento na semana passada, levando a ação do banco a ser negociada a um centavo.

A derrocada dos papéis contagiou outras empresas russas que também têm certificados de depósito listados em Londres e desmoronaram em valores comparáveis.

Além disso, a exclusão de muitos bancos russos do sistema de comunicação financeira SWIFT representa um grande desafio, pois dificulta as relações comerciais com o exterior.  

Ainda no cenário local, há preocupações de que as entidades afetadas pelas sanções não consigam pagar os empréstimos, forçando os bancos russos a cancelar alguns deles.

Restrições dos EUA ao petróleo russo

Os Estados Unidos e seus aliados impuseram sanções mais duras para fragilizar a Rússia e pressionar Putin a pôr um fim na invasão à Ucrânia.

A mais recente foi o embargo ao petróleo russo e a fontes de energia, anunciadas na terça-feira, 8, pelo presidente americano Joe Biden. Em contrapartida, Putin assinou um decreto que limita o comércio de matérias-primas da Rússia até o fim deste ano.

Esse conjunto de medidas traz efeitos prolongados para as economias globais, incluindo a brasileira.

De qual forma? A Nord explica.

A Rússia produz 11 por cento do petróleo do planeta (cerca de 7 milhões de barris por dia) e é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo — atrás apenas dos EUA e da Arábia Saudita.

Para te dar um rápido contexto, mais da metade do petróleo russo vai para a Europa (8 por cento). Os EUA são menos dependentes, com cerca de 3 por cento.

Devido à dinâmica da guerra, o barril de petróleo tipo Brent, referência internacional, saltou para quase 140 dólares.

E, agora, a nova sanção imposta pelos EUA vai pressionar ainda mais a restrição de oferta. Como?

Pra quem está perdido, mesmo antes da invasão russa, a oferta mundial de petróleo já não conseguia acompanhar a demanda na retomada da atividade econômica  – motivo pelo qual os derivados do petróleo já estavam entre os principais responsáveis pela escalada da inflação do Brasil.

A disparada do preço do petróleo fez a defasagem entre os preços cobrados pela Petrobras (PETR4) e os das principais bolsas de negociação do mundo saltar para +30 por cento, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Postado originalmente por: Nord Research