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Finanças: Não compre Eletrobras (ELET3)

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Após subirem quase +80% em meio ao processo de privatização, em 2022, as ações da Eletrobras (ELET3) devolveram praticamente tudo em apenas três meses. 

Contudo, desde março do ano passado, os papéis da ex-estatal vêm se recuperando e já sobem mais de +40%.

 Fonte: Bloomberg

Agora, a dúvida que tem chegado por meio dos assinantes e leitores da Nord Investimentos é se vale a pena investir na Eletrobras cerca de dois anos após sua privatização.

Para responder, fizemos uma análise dos resultados para entender a situação operacional e financeira da empresa e saber o que mudou (para o bem e para o mal). 

4T23 entre altos e baixos

A Eletrobras divulgou resultados abaixo das expectativas do mercado, com uma receita líquida de R$ 9,9 bilhões no 4T23 – alta de +10% em comparação anual. 

O desempenho pode ser justificado, principalmente, pelo crescimento de +26% na receita de Transmissão no período, enquanto a receita de Geração (maior representatividade), cresceu apenas +6%.

Já o Ebitda regulatório da empresa ficou em R$ 2,9 bilhões, expansão de +27%, em função, principalmente, da adequação de custos e despesas PMSO (Pessoal, Material, Serviços e Outros), que teve redução de -27%.

 Fonte: Eletrobras RI

Vale destacar que, após ser privatizada, a Eletrobras reduziu seu número de empregados em -18%, após dois planos de demissão voluntária.

O número de funcionários desligados deverá chegar em 4 mil, com custo estimado de R$ 1,7 bilhão e economia de R$ 1,8 bilhão.

Ainda no 4T23, o lucro líquido da companhia totalizou R$ 893 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ -479 milhões no 4T22. 

Fonte: Eletrobras RI

Ainda que a reversão seja positiva, o resultado veio abaixo das expectativas do mercado, devido à alta de +51% no resultado financeiro negativo da companhia, em especial, pelo aumento do endividamento no período.

A dívida líquida atingiu R$ 41,763 bilhões, incremento de +20%. Sendo assim, a alavancagem (dívida líquida/Ebitda) ficou em 2,2x (vs. 2x no 4T22).

Vale lembrar que, no período da privatização, esse número estava em apenas 1x e a meta da empresa é mantê-lo abaixo de 2,5x. 

 Fonte: Eletrobras RI

Lucro ainda “andando de lado”

Apesar das expectativas dos acionistas em torno da privatização da Eletrobras, os resultados demoram a engrenar. 

O lucro líquido da empresa até mostra uma certa reação, mas ainda segue decepcionando o mercado e se mantém nos mesmos patamares há 20 anos.

Isso mesmo, o lucro líquido da Eletrobras vem “andando de lado” há 20 anos. 

Fonte: Bloomberg

O aumento do endividamento, mesmo que a companhia esteja passando por alguns planos de investimento, também acaba sendo um sinal de alerta para os investidores.

A alavancagem continua nos patamares sustentáveis definidos em 2022, porém já começam a se aproximar do limite. 

Outro ponto é que, ainda que seja uma empresa de energia (setor conhecido por seus altos dividendos pagos), a Eletrobras possui uma baixa distribuição de proventos aos seus acionistas, com um dividend yield (rendimento anual) atual de apenas 3,1%.

Por fim, ruídos políticos podem trazer uma maior volatilidade para o papel, assim como aconteceu no início de 2023, com algumas tentativas (frustradas) do atual governo em manter um alto poder de decisão na companhia e até mesmo barrar a privatização.

Apesar de ainda deter uma fatia relevante da Eletrobras (cerca de 33%), a palavra final não é mais da União.

Com suas ações negociando a 20x lucros e 9x Ebitda, não vemos grandes oportunidades em ELET3 neste momento.

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Uma opção (bem) melhor

No lugar de Eletrobras, preferimos outra do setor energético, que também vem caminhando para se tornar uma empresa integrada (atua em mais de um segmento): a Engie (EGIE3).

Geradora de energia em sua essência, a companhia se mantém atenta a possíveis oportunidades para expandir suas operações em outros segmentos (como em Transmissão) e trazer ainda mais resiliência e previsibilidade no longo prazo. 

Contudo, a empresa apresenta um vasto histórico de operações e bons resultados, o que a qualifica como uma das principais escolhas nas carteiras de dividendos dos investidores brasileiros.

Com um payout (parcela do lucro paga em dividendos) de, no mínimo, 55%, a Engie anunciou mais uma distribuição recentemente, desta vez de R$ 994 milhões ou cerca de R$ 1,22 por ação (dividend yield de 3% apenas nesse pagamento).

Desse modo, a companhia fechou 2023 com um rendimento próximo a 6% – ou seja, o dobro do apresentado pela Eletrobras.

 Fonte: Engie RI

Com um dividend yield esperado de 6,5% para 2024 e negociando a apenas 9x lucros e 7x Ebitda, recomendamos a compra de EGIE3.

Se acompanhou o conteúdo até aqui, veja também outras 8 excelentes ações para investir com foco em dividendos neste ano. 

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Postado originalmente por: Nord Research