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Finanças: Dados de atividade no Brasil têm vindo mais fortes: qual investimento ganha e qual perde?

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Depois de baterem quase 14%, os juros prefixados de longo prazo desabaram. O vencimento de 2029 hoje está sendo negociado abaixo de 11%, voltando a patamares de 2021 com uma queda de quase 300 pontos base.

A melhora dos juros começou com a apresentação do novo arcabouço fiscal e a convicção maior do mercado que não teríamos um cenário de gastos públicos desenfreados.

Melhora fiscal reduz prêmios de risco

Os juros a 14% significavam um cenário “à la Dilma”. O arcabouço foi o responsável por afastar esse cenário, e só isso já foi suficiente para reduzir bastante os prêmios de risco nos juros longos.

taxa DI para janeiro de 2029
DI jan 2029. Fonte: Bloomberg

É importante mencionar que os juros longos não dependem apenas da expectativa da Selic no período. Quanto mais longo é o prazo do título, mais a composição da sua taxa tem a ver com variáveis como prêmio de risco. Nesse guarda-chuva de prêmio de risco, entram coisas como estabilidade política e risco fiscal.

A melhora fiscal reduziu os prêmios de risco que faziam com que a curva não precificasse nenhuma possibilidade de corte da taxa Selic até 2029. Incrível pensar nisso, não é?

Durante os governos do PT, o crescimento real dos gastos públicos foi de 6% acima da inflação. O arcabouço travou o crescimento máximo em 2,5% acima da inflação, que já é uma grande evolução. É por isso que, apesar de muito criticado, o arcabouço selou o início do rally nos juros e na bolsa.

Como os juros impactam a bolsa?

Como eu venho falando há bastante tempo aqui nos meus artigos, a taxa de juros é a mãe da bolsa. Ela dita as grandes tendências da bolsa.

A taxa de juros alta aumenta a despesa financeira de uma empresa, além de reduzir a receita por desaquecimento da demanda. Além disso, a taxa alta reduz o valor presente dos fluxos de caixa futuros. Tudo isso tem alto impacto nos preços das ações.

Por outro lado, a queda dos juros tem o efeito inverso, pois tende a aumentar o preço das ações e aliviar as despesas.

Não por outro motivo, vimos a bolsa, que estava parada há mais de 2 anos, acumular uma alta de 17%.

Desempenho do Ibovespa
Ibovespa. Fonte: Bloomberg

Apesar da queda de juros por redução do prêmio de risco, também tivemos um otimismo do mercado em relação a um possível ciclo de queda da Selic nos próximos meses.

Atividade econômica forte pode atrapalhar queda da Selic

É importante lembrar que a taxa Selic depende muito mais da inflação corrente e do nível de atividade do que da redução do prêmio de risco.

Embora a inflação esteja caindo, os preços de serviços não estão caindo na mesma proporção. Além disso, a inflação tende a andar junto à atividade econômica, que vem surpreendendo positivamente o mercado.

Semana passada, tivemos a divulgação do PIB do primeiro trimestre de 2023 com crescimento de 1,9%, enquanto o mercado esperava uma alta de apenas 1,6%.

A produção industrial mostrou crescimento de 1,1% frente à queda de 0,2% do dado anterior, e maior que 0,9% de alta que o mercado esperava.

As vendas no varejo subiram 3,2% ano contra ano, enquanto o mercado esperava uma alta de apenas 1,2%.

Postado originalmente por: Nord Research