Sumário
- IBOV despencando com os juros
- Investir é um ato de fé
- O todo poderoso ganha +29% ao ano
- -76%: Deus não pode panicar nas crises
- A salvação eterna: investir a longo prazo
IBOV despencando com os juros
Vamos aproveitar este mercado horroroso, caindo e tirando nossa esperança de riqueza a longo prazo, para falar de um estudo interessantíssimo (“Even god would get fired as an active investor” no portal Alpha Architect).
E se Deus fosse investidor e só comprasse as ações que mais sobem?
E se soubéssemos, hoje, quais são as ações que mais vão subir em cinco anos e montássemos um portfólio só com elas?
O resultado é surpreendente.
Acompanhe comigo.
Investir é um ato de fé
Imagine isto: você sabe quais são as melhores empresas para os próximos cinco anos (incluindo dividendos).
Você compra as 50 ações que mais sobem em cinco anos e rebalanceia a cada cinco anos, ponderando por valor de mercado (comprando, é claro, as que mais sobem nos próximos cinco anos).
Você tem todas as informações e sabe o que vai acontecer.
Você é Deus.
Deus, investidor de longo prazo.
O todo poderoso ganha +29% ao ano
Entre 1926 e 2016, as 50 melhores ações dos EUA renderam +29,37% ao ano em média.
O S&P500 (SPX) rendeu “apenas” +9,87% ao ano no período.
O investidor todo poderoso, Deus, rendeu três vezes mais que o índice SPX.
Nada mal.
-76%: Deus não pode panicar nas crises
Mas nem o todo poderoso está protegido das loucuras humanas.
A renda variável varia. A bolsa chacoalha. Nem as melhores empresas da história estão protegidas da volatilidade.
Das máximas às mínimas, o portfólio do todo poderoso perderia -76% entre agosto de 1929 e maio de 1932.
Além, é claro, das três vezes que o portfólio caiu mais de -38%, três vezes que caiu mais de -25% e três quedas de mais de -20%.
E, o mais interessante, o portfólio onipotente perdeu do índice SPX em muitas janelas de 12 meses.
A carteira onipotente tem perdas de -50% ou mais, em janelas de 12 meses.
O Pai eterno, certamente, receberia uma enxurrada de resgates se fosse um gestor de fundos.
Deus investidor seria demitido por seus súditos incrédulos com sua performance de curto prazo nada divina.
A insensatez humana não tem limites.
O mercado financeiro não perdoa.