A manutenção dos juros elevados no Brasil e a perspectiva de que a economia global desacelere ainda mais em 2023 vêm derrubando as ações da BRF (BRFS3) desde o ano passado.
O papel do frigorífico registra queda de 15,2% desde o início do ano, enquanto a desvalorização em 12 meses é de 64%.
Até o fechamento da última quinta-feira, 9, as ações da Marfrig (MRFG3) também desabam 64%, entre as maiores baixas. Ainda dentro do setor, o papel da JBS (JBSS3) recua 48%.
Pressão da inflação
O analista de renda variável Fabiano Vaz diz que a queda das ações da BRF nos últimos meses é reflexo principalmente de dois fatores: (i) a perspectiva de juros mais elevados por mais tempo aumenta o desafio da empresa, que possui uma alavancagem elevada; (ii) a perspectiva de desaceleração econômica aqui e no mundo e um ambiente de inflação mais elevado impactam a rentabilidade e lucratividade da companhia.
Alavancagem
Atualmente, a BRF opera com uma alavancagem (dívida líquida/Ebitda) de 3,3 vezes Ebitda, é um ponto de preocupação principalmente pela perspectiva de juros elevados por mais tempo.
Outro ponto de preocupação é a dificuldade da empresa em recuperar sua rentabilidade e gerar caixa. Com margens pressionadas e despesas financeiras elevadas, a BRF queima caixa, ou seja, ela gasta mais do que consegue gerar de resultado.
Postado originalmente por: Nord Research