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Finanças: PETR: Olhando o que interessa

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O mercado, às vezes, precisa ajustar as expectativas.

Me reservo ao direito de não comentar o resultado da Petrobras como um todo. Você provavelmente já deve ter visto pelas manchetes que a Companhia teve lucro recorde no ano de 2019.

Resumindo: o faturamento, EBITDA e o lucro líquido vieram abaixo do esperado pelo mercado no 4T19. Mas a empresa segue muito bem, obrigado. O mercado, às vezes, precisa ajustar as expectativas.

Petro continua reduzindo em ritmo gradual o seu endividamento e registrou uma dívida líquida de 2,46 vezes seu EBITDA. Ainda muito endividada se compararmos com seus pares internacionais.

O lucro líquido foi de 8 bilhões de reais e faturamento total de 81,7 bilhões de reais. Considerando que a Petro já vendeu a TAG e a BR Distribuidora, que faziam parte da cadeia do petróleo. Ainda existe uma estrutura gigantesca, que envolve muito custo logístico, e negócios entre partes relacionadas que vão desde a exploração até a venda dos derivados nas refinarias.

Vamos ao que achei mais interessante.

Como todos sabem, a Petro está vendendo praticamente tudo que não é da sua atividade fim. Seu maior interesse está na Exploração e Produção de petróleo em águas ultraprofundas. O famoso pré-sal.

Por isso, vim trazer a mensagem do resultado em Exploração e Produção, que é o futuro almejado pela Petrobras. O faturamento do segmento foi de 57 bilhões de reais com alta de 14,6 por cento contra o trimestre imediatamente anterior. Já o lucro líquido foi de 14,1 bilhões com alta de 19,8 por cento e um EBITDA DE 36,3 bilhões com alta de 13 por cento.

Bem mais rentável do que o consolidado, não é mesmo?

A Companhia se beneficiou da desvalorização do real e de um custo de exploração e produção — lifting cost — menor contra a baixa do petróleo Brent no período. Além disso, houve um aumento da produção com a entrada e ramp up de plataformas no pré-sal no campo de Búzios e Lula.

O pré-sal é de longe o ativo mais rentável para exploração e produção da Petrobras, vide que neste trimestre, se desconsiderarmos as participações governamentais, a Companhia registrou um lifting cost de 5,02 dólares no período. Compensa muito mais do que explorar em terra e águas rasas e profundas, onde o lifting cost é de 17,50, 27,94 e 11,18 dólares respectivamente.

PETR4 negocia próximo aos pares internacionais a 11 vezes os lucros e a 5 vezes EV/EBITDA. Ainda tem muito valor para destravar com a venda de ativos e a redução da dívida. Por ora, temos outras oportunidades no Nord Deep Value mais baratas e que tem mostrado avanços importantes em seus processos de reestruturação.

Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 598/2018, a Nord Research esclarece que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes estratégias e/ou elaborados por diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As indicações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas no contexto da estratégia que o norteia.

Postado originalmente por: Nord Research