Olá, tudo bem?
Me chamo Victor Bueno e sou analista da carteira Nord 10X.
Você deve ter notado um aumento no índice de inadimplência em cartão de crédito no 1° trimestre de 2022 (1T22). O cenário atual de alta de juros vem tirando o sono de muitas empresas no país, principalmente quando estamos falando a respeito de instituições financeiras.
Com os recentes aumentos da taxa Selic (nossa taxa básica de juros), o crédito se torna ainda mais caro e o consumidor acaba tendo mais dificuldades em honrar com suas dívidas, o que aumenta os níveis de inadimplência.
Enquanto os grandes bancos estão conseguindo controlar os seus índices de inadimplência e reduzir a concessão neste momento, algumas fintechs mais dependentes do crédito não seguiram o mesmo ritmo de controle no primeiro trimestre deste ano.
Olhando para os quatro principais bancos do país, o Itaú (ITUB4) foi o que apresentou o menor aumento na inadimplência de mais de 90 dias, com elevação de apenas 10 pontos-base em relação ao trimestre anterior (4T21). Enquanto isso, Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11) apresentaram alta aproximada de 20 pontos-base no período e o Bradesco (BBDC4) de 40 pontos-base.
Por mais que os bancos tradicionais estejam vendo esses índices aumentarem, eles ainda permanecem em patamares considerados sustentáveis e as elevações estão acontecendo em linha, ou até mesmo abaixo das expectativas do mercado, em um momento em que existe grande preocupação em relação aos impactos nos resultados dessas instituições.
Mas e as fintechs e outros bancos digitais? Bom, aí a história já é um pouco diferente.
Ainda que estejam crescendo em ritmo acelerado (principalmente falando de base de clientes), grande parte dessas empresas ainda não atingiu, nem de perto, a estrutura e o nível de serviço dos bancões brasileiros – e muitas delas dificilmente vão atingir.
Quando olhamos para uma das fintechs que mais crescem no país, notamos exatamente isso. Mesmo já caminhando para alcançar a incrível marca de 60 milhões de clientes, o Nubank (NUBR33) ainda apresenta muita dificuldade em monetizar essa base e controlar os seus índices de inadimplência, que atingiram 4,2 por cento (+90 dias) no 1T22 – representando um aumento de 70 pontos-base em relação ao último trimestre de 2021.
Postado originalmente por: Nord Research