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Cooperação é a essência da família

O Programa Amor-Exigente cita que a essência da família repousa na cooperação e não apenas na convivência. Mas para vivenciarmos a cooperação em sua plenitude devemos nos atentar para os três pilares que a sustentam, ou seja, fazermos aquilo que podemos fazer para o outro, permitir que o outro faça aquilo que ele pode fazer por nós e, finalmente, fazermos juntos aquilo que podemos fazer juntos. Caso falte pelo menos um desses três pilares, a cooperação não cumprirá o seu papel, que é criar vínculos afetivos.

O primeiro pilar de sustentação da cooperação nos convida a um olhar sobre nós mesmos para identificarmos como podemos nos envolver, fazendo a nossa parte em nosso grupo familiar, colocando-nos a disposição para apoiar, auxiliar e agir visando o bem do outro. Essa atitude é uma demonstração do quanto nos preocupamos com aqueles que convivem conosco, caso contrário, tornamo-nos pessoas egoístas e autoritárias, que ditam ordens, cobram, mas nada fazem.

Mas precisamos ter cuidado para não nos transformarmos em meros serviçais do outro. Existem coisas que não precisamos fazer, pois eles possuem plenas condições de fazer por si mesmos. Quando carregamos o material escolar dos filhos, quando passamos o dia recolhendo tudo que eles espalham pela casa, quando parecemos seu garçom, servindo-os o tempo todo, enquanto eles vivem espichados no sofá, não estamos cooperando com eles, pelo contrário, estamos roubando-lhes a capacidade de crescimento e independência.

É preciso permitir que eles façam tudo que possuem condições de fazer. Isso exige de nós algumas atitudes, como a paciência, pois a ausência dela não nos permite esperarmos que façam. Queremos tudo logo e diante de qualquer demora, vamos lá e fazemos nós. Exige humildade para aceitarmos que o outro faça do seu modo, que certamente é diferente do nosso. Exige persistência para alcançarmos o objetivo.

O segundo pilar de sustentação da cooperação nos direciona a aceitarmos a ideia de sermos servidos pelo outro. Muitas famílias tratam suas crianças como reizinhos, abastecendo-os o tempo todo, não permitindo que eles nada façam a nosso favor. Dessa forma não valorizamos suas capacidades e quanto mais os sirvamos, sem deles nada aceitarmos em troca, mas friamente eles se relacionam conosco.

O terceiro pilar e talvez o mais importante deles, abrange tudo aquilo que podemos fazer juntos para benefício de todos, no entanto, não basta fazermos juntos, precisamos aproveitar o momento para criarmos um ambiente favorável, fazendo das atividades, algo agradável, onde haja um contato sadio e de qualidade. Ao contrário do que muitos pensam, os filhos sentem prazer em nos ajudar, mas quando fazemos as tarefas juntos, porém de cara fechada, sem paciência, resmungando e reclamando o tempo todo, eles perdem o interesse e se afastam.

A ausência de pelo menos um desses pilares transforma a família em um amontoado de pessoas, onde ninguém se preocupa com ninguém ou as preocupações partem apenas de um dos lados. Os lares funcionais possuem como uma das principais características os vínculos afetivos entre seus membros. A vivência da cooperação em sua plenitude é o combustível que mantém acessa essa chama, onde a convivência torna-se agradável, a harmonia reina e o respeito mútuo prevalece. A isso chamamos de família, ou seja, um grupo de pessoas que cooperam entre si.

Texto de Celso Garrefa. Amor-Exigente Sertãozinho