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Raça uruguaia no banco. Pezzolano é o novo técnico do Cruzeiro.

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O Cruzeiro anunciou o uruguaio Paulo Pezzolano como novo treinador para o ano de 2022. O técnico de 38 anos passou os últimos dois anos no Pachuca, do México, e chega ao Brasil por ser conhecido de Paulo André, diretor de futebol do Cruzeiro.

Pezzolano tem o perfil buscado pela nova gestão: jovem, barato e com experiência lidando com a transição de categorias de base no futebol profissional. Apesar de não ter ido bem no Pachuca, seus trabalhos no Montevideo Torque e Liverpool terminaram com títulos e muitos jogadores jovens revelados.

Ele também tem um estilo tático que prega ofensividade: gosta de times que são protagonistas com a bola e se organizem para ficar com a bola e agredir o oponente, além de fazer aquela marcação por pressão para roubar logo a posse do adversário e retomar o ataque.

Esse estilo ficou evidente nos três times de sua carreira curta. Mas uma ressalva: em todas as equipes, Pezzolano se adaptava à característica dos jogadores que tinha e ao próprio jogo de cada país. Seu Pachuca era um time ofensivo, mas que não abdicava de ligações diretas, até do próprio goleiro, se a marcação apertava.

 
“O mais importante é olhar os jogadores que você tem. Eu gosto muito de sair jogando a bola por baixo pelo goleiro, então se eu não tenho um zagueiro para fazer isso, tenho que buscar formas de pular a primeira linha ou sair o zagueiro e que venha o lateral para buscar a bola, ou o meio-campista. A ideia não vai mudar nunca”.
— Paulo Pezzolano.

Pezzolano já declarou que prefere organizar seus times num 4-3-3. Para ele, esse esquema possibilita que os dois laterais avancem bastante pelos lados e deixem o meio-campo livre para a movimentação dos pontas e volantes.

Esquemas são relativos. Quando tinha a posse de bola, o Pachuca se organizava quase que num 3-4-3. Os laterais subiam bastante, um volante recuava para os zagueiros abrirem e o outro volante se movimentava mais livremente entre os setores. Esse último era quem pensava e ditava o ritmo do jogo. Muitas vezes, o Pachuca jogava com os próprios zagueiros no campo de ataque, avançando para surpreender a marcação.

O Pachuca tentava sempre sair pelo chão, mas usava muito das inversões de jogo e até de ligações direta para os dois laterais. Um padrão muito comum era um lateral se projetar quase que na linha de fundo da área adversária para receber o cruzamento e surpreender a defesa rival.

Com isso, o Pachuca tinha um estilo até mais direto e rápido de ataque, que incluía outro padrão claro: um forte jogo no meio-campo, com ao menos um jogador recebendo a bola de costas para chamar a marcação. Quem estava no entorno tentava correr nos setores vazios – atacava espaços – para receber o passe. Pezzolano gosta desse estilo de ataque que está sempre surpreendendo a marcação.

Tanto em momentos quando se organizava para atacar ou em momentos que recuperava a bola e saía rápido, Pezzolano apostava nesse jogo de costas. Algo que, no papel, combina com Marcelo Moreno.

Podemos dizer que o Pachuca, time de Pezzolano analisado aqui, tinha duas formas de se defender.

A primeira era tentando roubar a bola lá no ataque, com todo mundo avançando bastante e sufocando o adversário com a bola. Nesses momentos, o ataque e o meio-campo se moviam mais e a linha de defesa procurava encaixar nos atacantes rivais. Pezzolano parece ser adepto de encaixes por setor, o que era executado com bastante intensidade. Em alguns momentos, a defesa do Pachuca ficava toda no mano-a-mano.

A outra forma era quando a jogada se desenhava no próprio campo. Aí, o Pachuca fechava suas linhas, mas não abdicava dos encaixes. Era um time bem agressivo sem a bola, que tentava o tempo todo encurtar espaço do adversário com defensores saindo de trás, atacantes participativos e muito combate. Pezzolano gosta de equipes que combatem e encurtam o tempo todo.

O uruguaio chega ao Brasil para o maior desafio da carreira e já sabe como vai lidar com o problema do calendário. Em seus três trabalhos recentes, Pezzolano teve, no máximo, 40 jogos por ano. No Cruzeiro, a previsão é que o número passe de 60, com a disputa do Mineiro, Copa do Brasil e da Série B.
 
“No Brasil são muitos jogos no ano. O que temos que fazer? Muitos vídeos, muito tático no campo, treino leve. Tem que recuperar os jogadores para que cheguem 100% nos jogos três dias depois. Trabalho leve, muito vídeo e muitas falas individuais e falas ao grupo são o mais importante quando não se tem muito tempo para trabalhar”
— Paulo Pezzolano

Ele também chega para montar um elenco ao seu estilo. Por isso, as ideias vistas aqui podem ser alteradas e modificadas, uma vez que todo técnico se adapta ao estilo dos jogadores que tem.

Pezzolano já foi anunciado em Belo Horizonte. Pode-se dizer que uma nova era se inicia no Cruzeiro, novamente com o objetivo de subir para a Série A após dois anos de pesadelo. A conferir.

FUTEBOL MINAS FM