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Primeira santa brasileira deu empurrão na carreira de Raul Seixas

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Santa Dulce dos Pobres: foi com esse nome que a baiana Irmã Dulce passou a ser conhecida desde hoje, 13 de Outubro, quando foi canonizada pelo Papa Francisco.

A data é histórica para a Igreja Católica no Brasil pois Irmã Dulce tornou-se a primeira santa brasileira, e a cerimônia comoveu milhões de fieis do país.

Pois de acordo com reportagem da Folha, boa parte da popularidade da nova santa se deu porque ela não media esforços para divulgar a palavra, inclusive através da música.

Batizada como Maria Rita, a nova santa não teve nem de perto uma vida pacata em seus primeiros anos, já que fazia guerras de mamonas, empinava pipas, molhava-se nas fontes de praças e não escondia a paixão pelo futebol, praticando o esporte na região central de Salvador.

A matéria, inclusive, diz que o futebol serviu como uma espécie de “válvula de escape” para que Irmã Dulce superasse a morte da mãe, Dulce Maria, falecida quando a jovem tinha apenas sete anos de idade.

A garota foi então criada pelo pai, o dentista Augusto Lopes Pontes, e se divertia aos finais de semana indo aos jogos do Ypiranga, um dos times mais populares da Bahia na época.

Irmã Dulce e Raul Seixas
Nos anos 30, após tornar-se freira, ela descobriu a música como ferramenta de evangelização e apesar de não ter formação teórica, era fã de nomes como Beethoven, aprendendo a tocar sanfona.

Ela levava os instrumentos pra lá e pra cá para espalhar a palavra e, aparentemente, não tinha preconceitos quanto a estilos musicais, já que em 1947 fundou o grupo Milionárias do Ritmo e passou a se apresentar antes das exibições de filmes no Cine Roma, fundado para arrecadar fundos para o Círculo Operário da Bahia, do qual fazia parte.

Por lá, anos depois, aconteceram algumas das primeiras performances da carreira de Raul Seixas, ainda liderando o grupo Raulzito e os Panteras, e quando o diretor do local, Frei Hildebrando Kruthanp, foi contra os shows de Rock, Irmã Dulce bancou as matinês assinando inclusive contrato com a banda de Raul.

Vale frisar que a matéria ainda diz que não se sabe se os vínculos de Irmã Dulce com Raulzito foram além da burocracia de assinar um contrato, mas podemos imaginar que sim, já que a santa tinha um bom humor incrível e brincava até com presidentes da república.

Quando João Figueiredo disse que precisaria assaltar um banco para liberar recursos à ampliação do Hospital Santo Antônio, por exemplo, ela respondeu com “Me avise que eu vou com o senhor”.