A atriz Elizangela foi velada neste sábado (4) no Crematório do Cemitério da Penitência, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A atriz morreu na sexta (3), após passar mal na casa que vivia em Guapirimirim.
O velório aconteceu aberto ao público até às 15h e fechado para os mais próximos até às 17h, quando o corpo da atriz seguiu para a cremação.
Em nota, a Prefeitura Municipal de Guapimirim lamentou “a morte da consagrada atriz”. “Esta é a segunda vez que o sistema de saúde do município atendeu Elizangela. Na primeira, ela deu entrada com problemas respiratórios e depois de algumas semanas, teve alta da unidade”, afirma o comunicado.
Elizangela começou a atuar ainda na infância e ganhou fama por atuar em novelas como “Força do querer”, “Senhora do destino” e “Dona do pedaço”, entre outros sucessos.
Nascida em 11 de dezembro de 1954, no Rio, era filha de um executivo e de uma dona de casa. Aos 7 anos, já fazia comerciais ao vivo na TV Excelsior. Na mesma emissora, estrelou o programa de entrevistas “A outra face do artista”, o “Jornal infantil Excelsior” a atração de variedades “Futurama” — tudo ao vivo. Aos 10 anos, comandava um programa de auditório no horário nobre: “Essa gente inocente”.
Ingressou na TV Globo em 1966. Participou do primeiro programa infantil da emissora, o “Capitão Furacão” — era líder da equipe de grumetes. Em seguida, apresentou o programa de variedades “Show da cidade”, sem deixar a atração infantil. Em 1969, estreou no cinema com o filme “Quelé do Pajeú”, dirigido por Anselmo Duarte. No ano seguinte, participou de “O enterro da cafetina”, inspirado em histórias de Marcos Rey. Em 1971, foi a vez de atuar na adaptação de um conto de Graça Aranha: “Vale do Canaã”. Desde os 15 anos, já trabalhava no teatro. Também apareceu em teleteatros, que faziam sucesso na TV. Marcou presença em produções como “O médico e monstro”, “A megera domada” e Medeia”, todas na TV Globo.
Em 1972, deu início a uma longa e bem-sucedida carreira nas novelas interpretando Sandra em “O bofe”, folhetim de Bráulio Pedroso e Lauro César Muniz. No ano seguinte, deu fida à rebelde Teresa em “Cavalo de aço”, novela de Walther Negrão. Elizangela fez parte do elenco da primeira versão de “Roque Santeiro”, que iria ao ar em 1975, mas foi censurada. Na trama de Dias Gomes, ela seria Tânia, a filha de Sinhozinho Malta, papel assumido por Lídia Brondi na versão que o Brasil conheceu, em 1985. Elizangela, no entanto, não ficou de fora da novela. Interpretou um papel criado sob medida para ela: Marilda.
Ainda nos anos 1970, participou das novelas “Pecado capital” (1975), “Locomotivas” (1977), que foi o primeiro folhetim das sete em cores, e “Feijão maravilha” (1979). Nessa época, também apareceu em programas humorísticos capitaneados por mestres como Jô Soares, Renato Aragão e Chico Anysio. Também foi cantora: gravou um compacto com a música “Pertinho de você”, em 1979.
Na década de 1980, a atriz continuou nas novelas. Integrou o elenco de folhetins como “Jogo da vida” (1981), onde interpretou a empregada Mariúcha, que sempre olhava para a câmera e piscava sempre que ia soltar uma piada. Também participou de “Paraíso” (1982) e “Tudo ou nada”, esta última na TV Manchete. Voltou à Globo em 1991, no humorístico “Estados Anysios de Chico City”. No ano seguinte, apareceu em “Pedra sobre pedra”, onde deu vida a Rosemary Pontes, esposa de um político e um dos primeiros personagens da TV brasileira a ter celular (que quase nunca funcionava).