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‘Doença da urina preta’: irmãs são internadas em hospital no Recife após comerem peixe

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Doença da urina preta

Duas irmãs foram internadas em um hospital particular no Recife apresentando mal-estar e dores após a ingestão de peixe da espécie arabaiana. Segundo a família delas, os médicos confirmaram o diagnóstico de Síndrome de Haff, conhecida como “doença da urina preta” . O governo de Pernambuco informou que investiga cinco casos dessa doença rara no estado.

internação ocorreu horas após almoço, que tinha no cardápio o peixe arabaiana, também conhecido como “olho de boi”, de acordo com a mãe das pacientes, a empresária Betânia Andrade.

Os principais sintomas da Síndrome de Haff são:

  • falta de ar;
  • dormência e perda de força em todo o corpo;
  • urina cor de café 

 

O que se sabe sobre a doença

As causas da doença de Haff ainda são pouco conhecidas. Ela é uma síndrome de rabdomiólise (ruptura de células musculares) sem explicação e se caracteriza por ocorrência súbita de extrema dor e rigidez muscular.

Outros sintomas são falta de ar, dormência e perda de força em todo o corpo, além da urina cor de café, associada à elevação da enzima CPK, relacionada à ingestão de pescados.

“O músculo vai morrendo e criando uma concentração de proteínas que o rim absorve e vai deixando a urina preta, nos casos mais graves. Se a absorção continuar, causa uma lesão no rim e eles param de funcionar. Por isso, o tratamento dos casos graves é com hemodiálise, para poupar o rim”, afirmou o médico infectologista Filipe Prohaska.

Ele atendeu pacientes com a doença em Pernambuco em 2017 e disse que a síndrome pode deixar sequelas.

“É por causa da lesão renal. Se não for tratada, [o paciente] pode ficar em hemodiálise o resto da vida. E pode ter uma lesão muscular muito grave, chamado astenia pela miopatia, quando a pessoa fica como se não tivesse massa muscular, com dificuldades para levantar e exercer atividades comuns”, explicou.

Ainda de acordo com o médico, não é todo tipo de peixe que oferece riscos de a pessoa desenvolver a doença de Haff.

“Além de arabaiana, o tambaqui também tem essa toxina, que é um produto de degradação do peixe, o que ocorre quando ele não é transportado nem acondicionado em temperaturas ideais (de –2 a 8 ºC). O grande problema é que essa toxina não tem gosto”, declarou.

Filipe Prohaska listou alguns cuidados importantes para evitar a doença.

“A grande questão é saber a procedência do peixe que você está consumindo. Checar se está sendo bem acondicionado no local da compra, se o local garante a forma como ele foi entregue. Quando comprar peixe na feira, tem que verificar se ele está condicionado no gelo, mantendo a temperatura, ou apenas exposto”, disse.

O especialista citou algumas recomendações para quem apresentar sintomas da doença.

“O melhor tratamento é a hidratação rigorosa, tem que beber muita água, pois essa é a forma de eliminar a toxina de forma mais rápida, já que ela sai pela urina. Nos casos mais graves, com a urina escurecendo ou se parar de urinar, o ideal é procurar logo o hospital”, contou.

 

Orientações gerais

Para a população:

  • Aos primeiros sintomas, busque uma unidade de saúde imediatamente e identifique outros indivíduos que possam ter consumido o mesmo peixe ou crustáceo para captação de possíveis novos casos da doença.

Para profissionais de saúde:

  • Observar a cor da urina (escura) como sinal de alerta e o desenvolvimento de rabdomiólise, pois, nesse caso, o paciente deve ser rapidamente hidratado durante 48 a 72 horas;
  • Evitar o uso de anti-inflamatórios;
  • Na ocorrência de casos suspeitos, recomenda-se exame para dosagem de creatinofosfoquinase (CPK), TGO e monitorização da função renal.

fontes: G1 e radiojornal

https://radiojornal.ne10.uol.com.br/noticia/2021/02/23/sindrome-de-haff-mulheres-sao-infectadas-no-recife-por-doenca-causada-pela-toxina-do-peixe-204629