Com a morte do papa Francisco na manhã desta segunda-feira (21), na Itália, a atenção da Igreja Católica se volta para o próximo Conclave, que deve começar entre 15 e 20 dias após o falecimento. O Brasil, país com a maior população católica do mundo, entra na disputa com sete cardeais com menos de 80 anos — idade máxima permitida para votar e ser votado no processo de escolha do novo pontífice.
Entre os nomes mais comentados, desponta o do arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, dom Sérgio da Rocha, de 65 anos. Em 2023, ele foi indicado pelo próprio papa Francisco para integrar o seleto Conselho de Cardeais, responsável por auxiliar o pontífice na reforma da Cúria Romana e em decisões estratégicas da Igreja. Natural de Dobrada (SP), dom Sérgio tem vasta formação em Teologia Moral e experiência em várias frentes da Igreja no Brasil.
Outro nome de peso é o do atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler, de 64 anos, arcebispo de Porto Alegre. Catarinense de nascimento, tem doutorado em Filosofia e longa atuação na Ordem dos Frades Menores.
Também figuram na lista:
- Dom Odilo Scherer, 75 anos, arcebispo de São Paulo, influente na CNBB e com carreira destacada no Vaticano.
- Dom Orani João Tempesta, 74 anos, arcebispo do Rio de Janeiro, conhecido por sua atuação pastoral e presença marcante em eventos internacionais.
- Dom Paulo Cezar Costa, 57 anos, arcebispo de Brasília, com forte presença acadêmica e participação ativa em conselhos pontifícios.
- Dom João Braz de Aviz, 77 anos, arcebispo emérito de Brasília e ex-prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada.
- Dom Leonardo Steiner, 74 anos, arcebispo de Manaus, com forte atuação em temas socioambientais e na região amazônica.
Embora o mineiro dom Raymundo Damasceno Assis, de Capela Nova (MG), seja lembrado entre os nomes mais experientes — ele participou do Conclave que elegeu Francisco —, está fora da votação por ter ultrapassado os 80 anos. No entanto, como determina o Código Canônico, mesmo sem direito a voto, ele ainda pode ser eleito papa, embora esse cenário seja improvável.
A participação brasileira no Conclave reforça o protagonismo da América Latina na Igreja Católica e alimenta a expectativa de que o próximo pontífice possa vir novamente de fora da Europa — como ocorreu com Francisco, o primeiro papa latino-americano da história.