Por Fabiana Amorim
A Alemanha registrou recentemente três casos de febre aftosa em búfalos de água na região de Brandemburgo, vizinha a Berlim, marcando o primeiro surto da doença no país desde 1988. Este é também o primeiro caso de febre aftosa na União Europeia desde 2011, quando a Bulgária enfrentou uma epidemia da doença. Em resposta ao surto, as autoridades alemãs implementaram “zonas de restrição” em torno da área afetada para evitar a disseminação da enfermidade.
Embora a febre aftosa não represente risco para a saúde humana por meio do consumo de carne ou produtos lácteos, os seres humanos podem atuar como transmissores do vírus. A doença, altamente contagiosa entre animais, pode acarretar grandes prejuízos econômicos. Em 2007, o Reino Unido precisou abater mais de 2.000 animais para conter um surto, e a Bulgária enfrentou situação semelhante em 2011, com centenas de abates após o último caso registrado na União Europeia.
Importância do controle da febre aftosa no Brasil
No Brasil, o controle da febre aftosa é uma prioridade para garantir a segurança da produção agropecuária e o acesso aos mercados internacionais. A doença pode comprometer a exportação de carne e produtos derivados, além de afetar a economia do setor. Por isso, o Brasil implementa um rigoroso sistema de vigilância e erradicação da febre aftosa, com campanhas de vacinação em todo o território nacional.
O controle em Minas Gerais
Minas Gerais, um dos principais estados produtores de carne bovina do Brasil, tem adotado uma estratégia rigorosa para o controle da febre aftosa, que inclui a fiscalização constante e a implementação de medidas de monitoramento. O estado foi recentemente reconhecido, pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), como livre de febre aftosa sem vacinação, um importante marco para a segurança sanitária e a competitividade do setor.
Esse reconhecimento foi oficializado em 21 de março de 2024, com a publicação da Portaria nº 665, que atesta a erradicação da doença no estado sem a necessidade de imunização do rebanho. A constante vigilância e o rastreamento das movimentações de animais são fundamentais para a rápida detecção e contenção de qualquer possível foco da doença.
Manter Minas Gerais livre de febre aftosa sem vacinação é essencial não só para proteger a saúde animal, mas também para garantir o acesso do estado aos mercados internacionais de carne, que exigem padrões sanitários elevados. O controle eficiente da doença fortalece a posição do Brasil como um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo.