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Praça São Pedro vazia e mergulhada em um silêncio irreal

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A pandemia do coronavírus cria imagens inacreditáveis, nunca vistas, nem mesmo durante as duas guerras mundiais. A Praça São Pedro, o centro da Igreja Católica mundial, o Papa, sozinho, mergulhado em um gritante silêncio. Um Crucifixo, que sobreviveu ao incêndio da igreja, que os romanos levaram em procissão contra a peste; aquele Cristo Crucificado que São João Paulo II abraçou durante a liturgia penitencial do Jubileu de 2000, foi a testemunha silenciosa e inerme no centro do grande espaço vazio.

Papa Francisco parecia pequeno, e ainda mais encurvado enquanto subia com visível dificuldade e sozinho os degraus do adro, tornando-se intérprete das dores do mundo para oferecê-las aos pés da Cruz:  “Mestre, não Te importas que pereçamos?”. A angustiante crise que estamos vivendo com a pandemia “desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades” e “agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: Acorda, Senhor!”.

A sirene de uma ambulância, uma das muitas que nestas horas atravessam nossos bairros para socorrer os novos contagiados, acompanhou o soar dos sinos no momento da bênção eucarística Urbi et Orbi, quando o Papa, ainda sozinho, voltou à praça deserta, ainda marcada pela chuva e fez o sinal da cruz com o ostensório.