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Veja a conclusão do inquérito da morte de segurança em evento na cidade de Divinópolis

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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou, nesta sexta-feira (8/10), o resultado das investigações que apuraram a morte de um segurança, de 42 anos, em um evento na cidade de Divinópolis. Realizados todos os levantamentos, o inquérito policial foi concluído com o indiciamento do suspeito de agredir o homem pelo crime de lesão corporal. Conforme atestam os laudos periciais, o segurança faleceu em decorrência de um problema cardíaco genético.

Os fatos ocorreram no último dia 25 de setembro, durante uma festa no Parque de Exposições da cidade. Conforme registrado, a vítima chamou a atenção do investigado, de 32 anos, que revidou desferindo um soco no rosto do segurança. Na sequência, o homem cambaleou, caiu no chão e veio a óbito. Uma testemunha no local afirmou que o suspeito teria utilizado um soco-inglês e, após a agressão, entregado o objeto para a namorada dele. O rapaz foi preso em flagrante e autuado pelo crime de lesão corporal seguida de morte.

As investigações prosseguiram na Delegacia de Crimes Contra a Vida. De acordo com o delegado Marcelo Nunes Júnior, responsável pelo inquérito policial, foram ouvidas 20 testemunhas que estavam no local. “A única testemunha que confirmou a existência da utilização de um soco-inglês, que estava na hora, era outro segurança. As outras todas, ninguém viu. Não conseguimos constatar a utilização do artefato nem pelo laudo pericial e muito menos pelas testemunhas”, informa ao completar que “houve um soco que pegou perto do supercílio”, motivo pelo qual o suspeito foi indiciado.

 

Imparcialidade

Segundo o delegado, a equipe também ouviu familiares da vítima acerca das condições de saúde do segurança. “A esposa, com quem ele era casado há 14 anos, disse que não sabia se ele tinha doença cardíaca. Pedimos históricos médicos de atendimento e indicavam que ele usava algum medicamento que poderia indicar um problema cardíaco, inclusive familiares diretos tiveram problemas desse tipo”, complementa. “Nosso trabalho foi feito com a maior imparcialidade possível e da forma mais correta. Uma triste fatalidade e me solidarizo com a família”, finaliza.

O chefe do 7º Departamento de Polícia Civil, delegado Flávio Destro, ressalta o empenho dos setores envolvidos para o esclarecimento dos fatos. “Foram duas semanas de intenso trabalho por parte de toda a equipe. Chegamos ao resultado após a realização de inúmeras diligências, como oitivas de testemunhas, análises de documentos e provas periciais. É assim que se forma o conjunto da investigação”, destaca.

 

Morte súbita

Paralelamente, a PCMG se empenhou na realização dos exames necroscópicos. De acordo com o médico-legista Marcell de Barros Duarte Pereira, foi feita uma avaliação pormenorizada do corpo tanto interna quanto externa. “Demos especial atenção para a região do crânio e do pescoço, dado o histórico da ocorrência. Observamos lesões superficiais, não havia lesão da calota craniana e não havia lesão do cérebro”, explica ao informar a ausência de achados traumáticos que pudessem produzir o óbito da vítima.

Prosseguindo a análise, foi avaliado o tórax. “O que encontramos foi um coração muito aumentado. Enviamos o órgão ao Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette (em Belo Horizonte), lá foi feito exame minucioso e o diagnóstico foi de cardiomiopatia hipertrófica – causa de morte súbita cardíaca, comum em atletas. A nossa conclusão é que houve uma morte súbita cardíaca secundária à cardiomiopatia hipertrófica”, esclareceu.

 

Experimento pericial

O perito criminal Carlos Eduardo Leal, que foi acionado para comparecer ao local dos fatos no dia da ocorrência, conta que foi realizada uma análise superficial do corpo. “Naquele momento, não encontrei nenhuma lesão aparente sugestiva de uma possível agressão com soco-inglês”, observa. A perícia iniciou, então, um experimento para mostrar a ação do objeto, utilizando massa de modelar. “Fizemos alguns cálculos matemáticos e concluímos que, com a utilização do soco-inglês, a intensidade lesiva é 7.5 vezes maior que o soco comum e apresenta capacidade de produzir lesões do tipo contusa: nós vamos ter, sobre o plano ósseo, lesões abertas; e sobre superfícies que não tenham plano ósseo, lesões equimóticas. Realmente, naquele corpo, nas análises feitas, não havia lesão sugestiva de soco-inglês”, conclui o perito criminal.

O inquérito policial foi remetido à Justiça, hoje, com indiciamento do suspeito pelo crime de lesão corporal, previsto no art. 129 do Código Penal. O investigado encontra-se preso preventivamente desde o dia da autuação em flagrante.