A Polícia Federal de Divinópolis cumpriu um mandado de busca e apreensão, nesta quinta-feira (24), na cidade de Piumhi, durante a operação ‘Fiat Lux’ que investiga a clonagem de 3,3 mil veículos do Exército.
Os trabalhos foram comandados pela Polícia Federal do Distrito Federal com apoio da corporação de Divinópolis.
De acordo com a PF, ao todo, foram identificados cerca de 10 mil adulterações no sistema veicular brasileiro. O prejuízo soma mais de R$ 500 milhões. Foram descobertos suspeitos em pelo menos 11 estados.
Segundo os investigadores, as clonagens dos chassis do Exército só foram possíveis porque contaram com a participação de servidores do Detran e de despachantes. A investigação não aponta a participação de integrantes do Exército nas fraudes.
A polícia não informou quais materiais foram apreendidos no Centro-Oeste de Minas.
A pedido da PF, a Justiça afastou das funções 95 servidores do Detran. Desse total, 85 atuam no Detran-SP; sete no Detran-TO; e três no Detran-MG. Cerca de 20 despachantes também foram afastados das funções no estado de São Paulo. A Justiça também determinou a suspensão imediata de uma empresa licenciada para realizar laudos de vistoria para o Detran-SP.
O inquérito policial, instaurado no fim de 2020, teve origem após a detecção da clonagem de veículos do Exército. Segundo a polícia, os criminosos também criavam veículos fictícios no Sistema Federal da Secretaria Nacional de Trânsito, permitindo a realização de financiamentos e a participação em consórcios. Esses automóveis eram dados como garantia em operações financeiras.
Em dez meses de atuação, foram recuperados R$ 35 milhões em veículos – entre eles caminhões, caminhonetes e automóveis de luxo. Os suspeitos poderão responder pelos crimes de inserção de dados falsos, financiamento fraudulento, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A ação ocorreu simultaneamente, em 11 estados:
- São Paulo
- Minas Gerais
- Tocantins
- Pará
- Mato Grosso do Sul
- Goiás
- Paraíba
- Ceará
- Paraná
- Pernambuco
- Maranhão