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Com uma divida R$ 3 bilhões, Ricardo Nunes da máquina de Vendas renegocia com bancos e enxuga estrutura (Valor Econômico)

ricardo nunes ricardo eletro

O jornal Estadão apurou que o faturamento da Máquina de Vendas caiu cerca de 10% em 2015, totalizando cerca de R$ 7 bilhões. A dívida bruta do grupo, que era de R$ 2,4 bilhões ao fim de 2014, continua preocupante – e estaria hoje por volta de R$ 3 bilhões, segundo duas fontes a par do assunto.

Ricardo Nunes negou, que o valor seja esse, mas não informou os dados atualizados de 2015, alegando que a companhia está em período de silêncio. A companhia informou à reportagem nesta quarta-feira (13), que a dívida líquida do grupo é de R$ 632 milhões (com base em fevereiro), mas não quis informar o tamanho da dívida bruta.

A reportagem apurou ainda que a varejista está em processo de reestruturação de sua dívida com os principais bancos do País e renegociando debêntures (títulos de dívidas). A consultoria G5 Evercore é responsável por essa reestruturação. Procurada, não quis comentar.

Terceira maior varejista de eletroeletrônicos e móveis do País, a companhia tenta renegociar suas pesadas dívidas e melhorar a gestão para sobreviver a um cenário bem distante do “boom” vivido pelo País quando a empresa foi formada, em 2010, a partir da fusão de Ricardo Eletro e Insinuante.

A decisão de antecipar a unificação partiu de Ricardo Nunes, fundador da Ricardo Eletro, que voltou à presidência da companhia no início de janeiro 2016 . Ele reassumiu o posto após a saída de Enéas Pestana, ex-Grupo Pão de Açúcar, inicialmente contratado para fazer uma reestruturação do grupo, mas que saiu para se tornar presidente da JBS na América do Sul.

O próprio Nunes será o garoto propaganda nacional da marca, com campanhas de marketing em TVs, rádios e outdoors em todo o País.

A Máquina de Vendas que irá surgir do processo de integração de suas redes e da renegociação de dívidas será menor do que era três ou quatro anos atrás. A varejista de eletrônicos reaparece após início de uma reorganização interna, numa espécie de hibernação que levou meses, com previsão de venda bruta na faixa de R$ 7,5 bilhões neste ano e redução de cerca de 30% no número de funcionários. Houve fechamento de 154 lojas de janeiro para cá – são 815 pontos hoje. Há dois anos, o grupo faturava cerca de R$ 9 bilhões e tinha pouco mais de mil unidades.

A partir do início de 2016, portanto em menos de um ano, o grupo foi obrigado a rever a forma como trabalha, dos sistemas de tecnologia ao formato do acordo da dívida que passou a limitar crescimento. Com os ajustes que têm sido feitos, a empresa tenta montar uma estrutura menos pesada e engessada, seis anos após a formação do grupo, criado a partir da fusão de Ricardo Eletro, do empresário Ricardo Nunes, e da Insinuante, do sócio Luiz Carlos Batista.

Pelo acordo de refinanciamento concluído na terça-feira, a empresa emite novas debêntures no montante de R$ 1,41 bilhão que liquidam a dívida restante da emissão de 2014, de cerca de R$ 800 milhões. Outros R$ 600 milhões foram usados para quitar débitos de contratos bilaterais com esses mesmos bancos. Foram duas séries de debêntures simples, de R$ 532,5 milhões, e R$ 884 milhões.

A empresa pagará aos debenturistas 123% do CDI – na emissão de 2014, a taxa era de 118% do CDI, mas num aditamento de 2015, após renegociação que já indicava as dificuldades financeiras, a taxa foi a 134% do CDI. A carência que era de um ano na emissão de 2014 dobrou para dois anos, dando certa folga ao caixa. O fechamento do contrato foi celebrado em vídeo enviado por Nunes a funcionários pelo Whatsapp, na terça-feira. “Quero agradecer aos que lutaram nos momentos difíceis. Agora a empresa está de pé”, disse ele.

Desde que a operação da Máquina de Vendas começou a se formar, em 2010, o mercado tinha dúvidas de que o modelo funcionaria. Eram tantos negócios juntos, com diferentes culturas e sócios – sem clareza da situação financeira de cada rede – que os analistas mantinham a cautela.

Um dos riscos nesse processo de integração está na mudança de sistemas de tecnologia. Outra ação envolve integração de todos os datacenters (que abriga servidores) em um único. “Tivemos que ‘desligá-los’ e reconectá-los num sistema apenas. Aí foi um efeito dominó, porque toda a estrutura de pessoal por trás, com diretores e gerentes, de cada datacenter, se tornou desnecessária. É um efeito de economia em cascata”, diz Nunes. A empresa não comenta, mas cálculos do setor dão conta de uma queda de 30% a 35% no quadro de funcionários de um ano e meio para cá, com a série de ações que diminuiu a estrutura do grupo.

A redução dos centros de distribuição neste ano, de 30 para 19, foram um teste nesse sentido. Para ficar em um exemplo, em Recife, a Máquina de Vendas tinha dois centros, da Insinuante e da Eletroshopping. Se um cliente comprasse um produto da Insinuante e o centro mais próximo pertencesse à Eletroshopping, a entrega não poderia sair do local mais próximo, porque os centros não eram da mesma empresa, com mesmo CNPJ. De julho em diante, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, além do site, operam com mesmos centros.

Outro ajuste veio com a redução do ciclo de caixa, que significa receber mais cedo do cliente e pagar mais tarde à indústria. É uma conta crucial no varejo. Esse número subiu 2015. Neste ano, com diminuição de estoques, a necessidade de capital caiu em R$ 615 milhões (e R$ 482 milhões vieram de um menor valor de itens estocado).

Esses esforços maiores não se traduzirão em lucro neste ano. A empresa vai fechar 2016 com vendas menores (queda que pode chegar a 10%), e perda, não informada pela companhia. “Esperamos começar a colher resultados das ações que tomamos de 2017 em diante”, diz Magalhães.

fontes:

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,maquina-de-vendas-tenta-renegociar-dividas-e-antecipa-unificacao-de-marcas,1855352

http://www.seteco.com.br/maquina-de-vendas-renegocia-com-bancos-e-enxuga-estrutura-valor-economico/