A Capela do Rosário, localizada onde hoje se encontra o Mercado Central de Divinópolis, é um dos capítulos mais marcantes da história cultural e religiosa da cidade. Construída com recursos limitados e sob muitas dificuldades, a igreja tornou-se, por décadas, o centro das manifestações religiosas e culturais de grupos tradicionais, como congadeiros e moçambiqueiros.
O relato do professor José Dias Lara, no livro Divinópolis com Amor e Humor, evidencia a importância da capela para a preservação das tradições afro-brasileiras e da devoção popular. Ele destaca que a igreja foi por muito tempo o principal local de culto à Virgem do Rosário, reunindo pessoas de diversas comunidades em celebrações que misturavam fé, cultura e resistência.
Contudo, com o passar dos anos e a falta de manutenção, a capela foi abandonada. Em 1958, foi demolida, um ato que José Dias Lara lamenta profundamente. Ele defendeu que a restauração do edifício, em vez de sua destruição, teria permitido a preservação de uma relíquia histórica e cultural que poderia perpetuar as manifestações folclóricas de reinados e congados.
Atualmente, uma réplica da capela foi instalada ao lado do Mercado Central como um gesto simbólico de reconhecimento ao seu papel na história da cidade. No entanto, a perda do edifício original ainda gera reflexões sobre a importância da preservação do patrimônio histórico e cultural de Divinópolis. A Capela do Rosário não foi apenas um templo religioso, mas também um espaço de resistência e valorização das tradições que moldaram a identidade da cidade.
O legado da capela permanece vivo na memória dos divinopolitanos e nos relatos históricos que relembram seu impacto. Sua história é um convite a valorizar e preservar as raízes culturais que dão alma e significado à comunidade.