Caroline Pidubny, moradora do bairro Santa Lúcia, em Divinópolis, relatou ao Portal MPA uma situação envolvendo sua filha Sophia Ferreira Pidubny, de 8 anos. A Sophia é autista, cardiopata e traqueostomizada. Ela apresenta um acúmulo significativo de secreção na traqueostomia, o que, segundo a mãe, pode levar a complicações graves, incluindo risco de parada cardiorrespiratória.
“A Sophia precisa trocar a traqueostomia com urgência. Esse é o dispositivo que ela usa para respirar pelo pescoço, implantado após uma cirurgia cardíaca. A troca deve ser feita a cada um ou dois meses”, explicou Caroline.
Apesar da gravidade do quadro, Sophia permanece em casa, enquanto a família enfrenta dificuldades para obter a assistência necessária. Caroline destacou que em 20 de setembro do ano passado foi feito um pedido ao SUS para a realização do procedimento, mas até agora não houve retorno por parte da Secretaria de Saúde. “Já procurei as autoridades, inclusive uma funcionária do CAC me ligou dizendo que o pedido havia sido encaminhado, mas até agora não temos resposta se o procedimento será concedido para a Sophia”, desabafou.
A criança já passou por mais de cinco cirurgias cardíacas e enfrenta desafios desde o nascimento. “Se essa traqueostomia entupir enquanto ela estiver dormindo, pode acontecer o pior. Estamos desesperados por uma solução”, afirmou a mãe. A situação de Sophia reforça a urgência de atendimento e resposta das autoridades competentes para garantir o direito à saúde e à vida. ACOMPANHE A ENTREVISTA COM A CAROLINE:
A traqueostomia é um procedimento vital que cria uma abertura na traqueia para garantir a respiração, especialmente em pacientes com obstruções nas vias aéreas superiores ou que necessitam de ventilação mecânica prolongada. Contudo, o acúmulo de secreções exige atenção constante, e a troca periódica do dispositivo é essencial para prevenir complicações fatais.
POSICIONAMENTO PREFEITURA:
“A paciente S. F.P, 8 anos, aguarda o agendamento de cirurgia para retirada de traqueostomia. Em razão de o procedimento em questão exigir a presença do cirurgião de cabeça e pescoço e em razão de a referida especialidade, na modalidade pediátrica, não estar disponível pelo Sistema Único de Saúde em Divinópolis, o laudo foi remetido para o Município de Belo Horizonte e cadastrado em 19/11/2024.
No momento, a paciente aguarda o agendamento do procedimento no município de Belo Horizonte. Como o Município de Belo Horizonte não adota o modelo de fila única, não é possível disponibilizarmos para os pacientes informações como posição na fila e estimativa de prazo para atendimento, uma vez que o processo regulatório naquela referência acontece a partir de modelos organizacionais próprios.
A Secretaria Municipal de Saúde está sensível à demanda e tem mantido contato com o hospital local para discutir a possibilidade de o procedimento ser realizado em Divinópolis, sem a presença do cirurgião de cabeça e pescoço. No entanto, trata-se de decisão eminentemente clínica, que deve ser tomada pelo corpo médico da instituição, posto que nenhuma vulnerabilidade e/ou risco adicional deve ser imputado à criança”.