Levantamento inédito realizado pelos Cartórios de Registro Civil de Minas Gerais aponta que 28 crianças e adolescentes de até 17 anos ficam órfãos, de pelo menos um de seus pais, por ano em Divinópolis. Os dados, pela primeira vez consolidados a nível estadual, mostram ainda que, em 2021, a Covid-19 foi responsável por ao menos um terço da orfandade no município, correspondendo a 5 crianças que perderam seus pais por conta da doença em um total de 18 órfãos.
O levantamento abrange o período de 2021 a 2024, quando foi possível realizar o cruzamento dos dados dos CPFs dos pais existentes nos registros de óbitos com o registro de nascimento de seus filhos, possibilitando averiguar com exatidão o número de órfãos no país ano a ano. Até a metade de 2019 não havia a obrigatoriedade de inclusão do CPF dos pais no registro de nascimento, inviabilizando uma correlação exata entre ambos os registros, número que ficou consolidado a partir de 2021.
“O cruzamento de dados de registros de óbito e de nascimentos, após a implementação do CPF como número identificador único, permitiu o levantamento inédito do número de órfãos em Minas Gerais. Esses dados, coletados pela Central de Registro Civil, nos permite oferecer para a sociedade e poder público, um panorama da orfandade em nosso estado”, explica Genilson Gomes, presidente do Sindicato dos Oficiais de Registro Civil de Minas Gerais – Recivil.
Segundo os dados consolidados pelo Recivil, além dos 18 órfãos contabilizados em 2021, o ano seguinte registrou 19 crianças que perderam ao menos um dos pais, enquanto 2023 registrou um aumento para 39 órfãos e, até outubro de 2024, o número já totaliza 39, o que iguala o recorde do ano passado neste período.
Fenômeno da Covid-19
Os dados consolidados do levantamento dos Cartórios de Registro Civil apontam que a Covid-19 deixou, desde 2019, 5 crianças órfãos de pelo menos um de seus pais em Divinópolis. Se forem consideradas doenças correlacionadas ao coronavírus em período, como Insuficiência Respiratória – 5; e Causas Indeterminadas – 1, o número pode chegar a ao menos 11 crianças órfãos por causa de doenças relacionadas à Covid desde 2019.
O levantamento ainda aponta reflexo no aumento do número de órfãos em razão do falecimento de seus pais em doenças como Infarto, AVC, Sepse e Pneumonia, que estiveram relacionadas com a pandemia nos últimos anos.
Sobre o Recivil
O Sindicato dos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado de Minas Gerais (Recivil) é a entidade de classe que representa os registradores civis das pessoas naturais de Minas Gerais, responsáveis pelos principais atos da vida civil de uma pessoa: o registro de nascimento, o casamento e o óbito.