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Divinópolis tem mais um tremor nesta quinta-feira (20)

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USP TREMOR DIVINÓPOLIS 20 01 2022

A terra não para de tremer em Divinópolis, nesta quinta-feira (20) a USP confirmou em seu site mais um tremor de terra as 05:06:00 (hora local) com magnitude 2.2 mR. Com mais este tremor desde o dia 10/01/2022 foram registrados 30 tremores de terra.

De 10 de janeiro às 17h do dia 20 de janeiro, durante este período foram registrados 30 tremores de terra em Divinópolis que foram localizados pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira e da Rede Sismográfica da Vale no Quadrilátero Ferrífero. As magnitudes variaram entre 3,0, registrado no dia 10 de janeiro, a 1,6.

Os epicentros dos abalos estão próximos do bairro Candidés, localizado na região Nordeste da cidade, onde o tremor foi mais sentido. 

As máximas intensidades foram IV a V na escala Mercalli Modificada, correspondendo a barulho de portas e janelas, e queda de alguns objetos, por exemplo, sem danos comprovados. 

De acordo com os especialistas, esses tremores ocorreram numa região de Minas Gerais, em torno de Belo Horizonte, com um longo histórico de sismos no passado. “Não há razão para acreditar que não se trate de atividade sísmica natural, sem relação com atividade exploratória de pedreiras, ou com enchimento rápido do reservatório de Gafanhoto. Possível relação com chuvas intensas no último mês é pouco provável e muito difícil de comprovar”, diz o documento. 

O padrão de tremores ocorrendo durante vários dias, chamado de “enxame” de sismos, não é incomum. Sismos de magnitude 3,0 são bastante comuns no Brasil e em Minas Gerais. O estado já presenciou sismos de magnitudes bem maiores, como os de São Francisco de 1931 e o de Itacarambi de 2007, no norte do estado, ambos com magnitudes 4,9 e intensidades máximas de VI e VII MM (trincas e rachaduras em paredes). 

Por fim, o documento conclui que “essa série de tremores em Divinópolis parece fazer parte de uma zona de sísmos mais frequentes que inclui o Quadrilátero Ferrífero. Sismos naturais são totalmente imprevisíveis e não é possível saber até quando a atividade continuará, se as magnitudes vão diminuir ou se vão aumentar”.

USP TREMOR DIVINÓPOLIS 20 01 2022

A reportagem do Sistema MPA de Comunicação conversou com Bruno Colaço, que faz parte do departamento de Sismologia da USP-SP, para entender a origem dos tremores de terra em Divinópolis, do dia 10 de Janeiro até 19 de Janeiro. De acordo com Bruno Colaço, quando questionado sobre a origem dos tremores, ele disse que tanto em Minas Gerais como em outras partes do Brasil, os tremores de terra naturais ocorrem por deslizamento repentino em falhas ou fraturas geológicas causado pelo acúmulo de tensões geológicas (“pressões internas”) a que a crosta está submetida. Estas tensões se devem às forças tectônicas que movem a placa Sul-Americana onde o Brasil está inserido.
Ao ser questionado se seria aconselhável uma equipe da USP em Divinópolis para fazer análise, Bruno relatou que seria aconselhável a instalação de uma estação sismográfica na região epicentral para poder monitorar os eventos menores que não são registrados pelas estações da rede brasileira e da Vale. Isso demanda a disponibilidade de pessoas, equipamentos e recursos. Ele acrescentou que as análises são feitas com base nos dados de estações sismográficas que pertencem a Rede Sismográfica Brasileira e outras estações da Rede Sismográfica da Vale, que tem parceria com o Centro de Sismologia. Juntamente com os dados dos instrumentos são avaliados também os relatos das pessoas que são enviados através da plataforma  REPORTE AQUI no site da USP.
 
Sobre região que teve mais relatos de tremores em Divinópolis:

Segundo Bruno Colaço, os epicentros estão mais próximos do bairro Candidés, o mais afetado com intensidades até IV ou V na escala Mercalli Modificada, (correspondendo a barulho de portas e janelas, por exemplo), sem danos comprovados. Sismos de magnitude 3 podem ser sentidos até 10 km de distância e mais raramente até 20 km. “Pequenos tremores em Minas Gerais são mais frequentes do que a média brasileira, Sismos de magnitude 3,0 são bastante comuns no Brasil e em Minas Gerais. O estado já presenciou sismos de magnitudes bem maiores, como os de São Francisco de 1931 e o de Itacarambi de 2007, no norte do estado, ambos com magnitudes 4,9 e intensidades máximas de VI e VII. Os tremores podem ocorrer com padrões diferentes. Boa parte dos tremores ocorrem de maneira isolada com um único tremor principal, seguido às vezes por uma série de réplicas menores. E outros casos os tremores ocorrem na forma de um “enxame” de sismos (ou “surtos”) que podem demorar vários dias, semanas e, mais raramente, até vários meses. Em Minas Gerais o melhor exemplo de surtos de sismicidade ocorreu na cidade de Bom Sucesso: primeiro durante vários meses em 1901, depois em 1903, em 1919-1920, em 1935-1936, e em 1939-1940″, frisou.

Último sismo registrado em Divinópolis antes dos sismos desse ano de 2022:

“Em Divinópolis, o último sismo de que temos registro foi em 11-Julho-1990 com magnitude 2.8, também sem nenhum dano relatado. Como não há como prever a evolução da atividade sísmica, não dá pra saber se os tremores continuarão ocorrendo nos próximos dias”, finalizou.

https://www.sistemampa.com.br3/noticias/divinopolis/usp-conclui-sobre-tremores-de-terra-em-divinopolis-que-nao-e-possivel-saber-ate-quando-vao-continuar/

https://www.sistemampa.com.br3/noticias/especialista-da-usp-explica-origem-de-tremores-de-terra-em-divinopolis-acompanhe-entrevista/

https://www.sistemampa.com.br3/noticias/defesa-civil-emite-novo-alerta-de-tempestade-para-esta-quinta-feira-em-divinopolis-e-pede-atencao/