A Copasa e a Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (Appa) abriram oficialmente o projeto Arte nas Águas em Divinópolis. Na segunda-feira (28/10) o reservatório da Copasa na rua Doutor Francisco Salomé, no bairro Interlagos, recebeu os artistas regionais Mika Ribeiro e William Pinguim, além de representantes da Companhia e da Appa – Cultura e Patrimônio, que reforçaram a importância do projeto que será realizado ao longo desta semana com a produção da arte de rua da unidade.
A coordenadora de Projetos da Appa, Ludmilla Ramalho, explicou ao público presente como será feita a pintura, que contará ainda com a participação da dupla goiana Bicicleta Sem Freio, formada pelos artistas Douglas de Castro e Renato Reno. Ela ressaltou que o programa visa fomentar a cultura nas cidades onde o projeto será implantado, além de envolver a comunidade com oficinas. Tudo isso com enfoque na acessibilidade. A abertura contou com interprete de libras, já mostrando essa atenção com todo o público. “Esse projeto visa muito a acessibilidade de diversas formas, e buscamos com a arte urbana valorizar a água, esse bem tão precioso. Divinópolis é a primeira de seis cidades que receberão esse trabalho com participação da comunidade e artistas regionais”, reforça.
O gerente regional da Copasa em Divinópolis, Madson Brandão, esteve representando a Companhia e ressaltou que essa parceria visa embelezar a cidade. “É com muita satisfação que abrimos o projeto no Estado e buscamos trazer essa arte com o envolvimento da sociedade, atraindo a população para esse projeto e incentivando e fomentando a arte”, destaca.
Os artistas já estão dando as primeiras pinceladas no mural que ficará exposto para toda a população. Mika Ribeiro mora em Itapecerica e reforçou que sua parte no projeto é mostrar o nascimento do rio Itapecerica, que é a junção de vários córregos e riachos da região, com um toque de mineiridade. “Eu pensei em retratar o início de história desse rio mostrando um horizonte de serras mineiras com as casinhas de roça, “casas de vó”, trazendo esse nascimento da vida, da água, para depois fazermos a junção do painel do Pinguim”, conta.
William Pinguim diz estar muito satisfeito em participar do projeto e deixar mais esse mural em Divinópolis, de onde é natural. Seu painel vai mostrar como os rios Itapecerica e Pará se unem para se juntarem à Bacia do Rio São Francisco e percorrer o caminho que faz parte do ecossistema que compõe os mananciais do Brasil. “Eu busquei exemplificar isso com as veredas, em referência a Guimarães Rosa, esses olhos d’água que brotam nas montanhas de Minas. Para representar isso, eu trago os buritizeiros que eram marcos para encontrar água e meus personagens estarão plantando esses buritis”, explica.
No dia 4 de novembro, 30 alunos da Escola Estadual Lauro Epifânio participarão de uma oficia de arte com os artistas participantes.
Projeto
O “Arte nas Águas é um projeto apresentado pelo Ministério da Cultura, Copasa e APPA – Cultura & Patrimônio, e viabilizado pelo governo federal, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet. Entre outubro deste ano e março de 2025, “Arte nas Águas de Minas” vai produzir 18 obras de arte urbana em reservatórios da Copasa em Divinópolis, Contagem, Araxá, Pouso Alegre, Montes Claros e Coronel Fabriciano. Baseados em sua maioria na estética do muralismo e do grafite, os trabalhos terão a água como norte temático e serão assinados por seis artistas convidados de renome nacional e internacional, selecionados previamente pela curadoria do projeto, e por 12 artistas locais, sendo dois por cidade, que serão escolhidos por editais publicados longo do percurso.
Em todas as etapas haverá uma atenção especial para acessibilidade com diversas iniciativas como e apresentará recursos de plano de comunicação acessível, considerando design de cores, fontes e layouts que favoreçam melhor leitura e compreensão das informações, rotas acessíveis, mapa tátil e sinalização em braille, audiodescrição a partir de QR Codes das intervenções artísticas, intérprete de libras para as atividades abertura, oficinas formativas, encerramento e visitas mediadas. O projeto conta com a consultora em acessibilidade, Marci Silva, coordenadora da Nuvem Produção Cultural.