Empatar com o Ceará na Arena Castelão até poderia ser considerado um placar dentro do planejado. Mas, na situação do Atlético, é mais uma lenha na fogueira da pressão em cima do treinador, e também dos próprios jogadores. O 0 a 0 é o quarto jogo sem vencer do Galo no Brasileiro.
A sensação é que, entretanto, uma troca agora seria aumentar a lista de problemas. Daqui uma semana, o Atlético terá jogado duas vezes contra o Flamengo. Serão os testes definitivos para Mohamed. Qualquer resultado ruim, que seja em uma das duas partidas, transformará a situação do treinador em uma panela de pressão em fogo alto.
São fatores, e não apenas o dedo do treinador, que ajudam a entender a situação atual do time que é o atual campeão. Eles precisam ser corrigidos. Mas, é claro, inclusive as opções do comandante. Turco Mohamed muda as escalações, fez variações táticas diversas no Castelão, e viu o time amarrado em obstáculos.
Diante de um Ceará que não venceu como mandante no Brasileiro, em cinco jogos, o Atlético colocou Rubens, Keno e Hulk no ataque. Em teoria. O jovem meia, com personalidade, atuou como segundo atacante, no lado direito, no lado esquerdo. Keno, por sua vez, não foi aquele ponta esquerda, e atuou mal.
Nacho Fernández foi outra peça aquém no Castelão, atuando boa parte como meia direita na linha de quatro à frente da defesa. O sistema defensivo, inclusive, merece elogios. Nathan Silva deu uma vacilada em um lance, Junior Alonso errou uma saída, mas a dupla de zaga, e principalmente Mariano nos desarmes, impediu o Ceará de levar perigo ao gol de Everson.
Era possível vencer, sem dúvida. Mas o Atlético parecia bem cauteloso em campo. Um gramado que merece críticas – feitas pelo goleiro Everson. A bola não parava de quicar. Qualquer passe mais em profundidade obrigava o recebedor a gastar preciosos segundos para ajeitar a bola.
Hulk teve poucas chances. No último minuto, recebeu a bola dentro da área, mas ficou sem ângulo e tocou para Calebe chutar prensado. Eduardo Vargas, que voltou a atuar (e é um ótimo reforço), chutou por cima em uma boa jogada de Ademir. Ainda há esperanças de Turco conseguir bons resultados diante de um concorrente direto pelos títulos? É claro.
Parte dele acertar nas escolhas táticas mas, principalmente, em ver uma postura individual dos campeões de 2021 em campo, principalmente na parte de confiar que a vitória irá surgir, um trabalho mental é fundamental agora.
Por Fred Ribeiro – GE