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Presidente pede desculpas após ameaças.

Cruzeiro Esporte Clube

Pressionado pelo insucesso do Cruzeiro nas quatro linhas e pelos problemas extracampo, além da ira da torcida, o presidente da Raposa, Sérgio Santos Rodrigues, pediu desculpas pela “lamentável sequência de fatos ocorridos”, mas disse que não irá desistir de lutar contra o “sistema instaurado em 2019” no clube. O dirigente afirmou que ainda existem boicotes quanto à atual gestão.

Sérgio Rodrigues vai conceder, ainda esta semana, uma entrevista coletiva. No último sábado, o torcedor cruzeirense protestou em frente à Toca da Raposa. Um dos pedidos era pela saída de Sérgio Rodrigues do cargo de presidente. Ele assumiu o clube em junho passado. O dirigente afirmou que, nem todas as manifestações, são isentas de interesses políticos.

“Escutei com muito respeito. Sabemos que nem todos são de coração ou isentos de interesses políticos internos do clube ou dos bastidores do universo do futebol, mas não cabe a mim julgar. Cabe ao presidente do Cruzeiro respeitar aos que protestam com o coração”.

Sérgio Rodrigues ainda comentou sobre dois trechos de áudio que vazaram nos últimos dias. As falas ocorreram durante uam série de reuniões com torcedores independentes e organizadas, na última segunda-feira em belo Horizonte. A situação foi revelada na útima sexta. O encontro teve como objetivo explicar o momento atual da direção e ouvir torcedores. Pelo menos um desses encontros durou mais de duas horas.

“Lamento ver que essas expressões ditas no calor de uma conversa informal tenham sido usadas fora do contexto. Como, por exemplo, ver a narrativa de me tornarem uma pessoa violenta, quando na verdade respondia a insinuação de violência contra minha esposa e filhos. Mas vou me limitar a lamentar o fato e, de novo, desculpar-me com todos que se indignaram ao escutá-las, mesmo não sabendo de todo o assunto falado e do intuito que foram divulgados curtos trechos de uma longa conversa” – escreveu Sérgio.

Sérgio disse que, na sua gestão, conseguiu um superávit de R$ 33 milhões ao Cruzeiro, o que não foi suficiente para estancar os salários atrasados, nem mesmo os problemas na Justiça. O dirigente afirmou que sempre buscou o diálogo, mas que também sofre boicote na gestão.

“Desde o primeiro dia, eu tenho buscado o diálogo e ajuda de vários cruzeirenses e agentes do esporte, sejam torcedores, empresários, sócios, imprensa, conselheiros, dirigentes. Procurei e recebi muita gente. E saibam também que existem boicotes a quem luta contra o sistema instaurado em 2019. Mas eu jamais vou desistir. Seguirei lutando, trabalhando, tentando evitar erros e pedindo que nunca deixem de confiar no Cruzeiro, mesmo que não gostem de mim, que me julguem por isso ou aquilo, ou a qualquer outro dirigente. Pois boicotar ou implodir o nosso Clube é tudo que querem os inimigos (e falsos amigos) desse Gigante Azul” – finalizou.

Sérgio também convive com a diminuição de apoio político no Cruzeiro. O principal deles e o mais sentido foi o rompimento que se tornou público com o empresário e conselheiro do clube, Pedro Lourenço, neste momento. Pedrinho era quem estava ajudando a contornar situações financeiras urgentes e é o principal patrocinador do clube.

O Cruzeiro tem uma dívida de R$ 7 milhões a ser paga até o fim do mês. Se não o fizer, será impedida pela Fifa de registrar atletas.

com o empresário André Cury, que rompeu com a atual gestão, com o estopim sendo a saída do garoto estevão Willian para o Palmeiras e a citação deita pelo Cruzeiro de que o empresa´ro foi um dos alvos de Polícia Civil na Operação Fora de Campo, mês passado.

O áudio colocou ainda mais combustível no momento complicado de Sérgio Rodrigues. A situação incomodou o dirigente cruzeirense. Na conversa, Deivid pede ajuda a Cury. A ajuda se refere a busca de reforços, em que o empresário tem alguma participação no agenciamento.

“Me ajuda. Estou respirando por aparelhos, pô. O Sérgio faz coisas contigo, e você está chateado comigo? Eu que estou tomando a culpa? Está foda. Tu me largou mesmo… Eu estou pior do que Covid, mano. Respirando por aparelhos” – disse Deivid, em áudio, na última sexta-feira, às 21h53.

Às 11h17, de sábado, André Cury enviou três mensagens a Deivid, afirmando que o Cruzeiro estava em outro mundo.

“Amigo, acho que vocês vivem em outro mundo!!! Fazem sacanagem com as pessoas e ainda querem pedir ajuda”? – questionou.

Deivid, às 12h34, respondeu, em quatro mensagens:

“Eu não faço sacanagem, eu fui a seu favor. Ainda falaram que eu (estou) devendo (no caso, apoiando) você, porque sou seu amigo. Sou pelo certo. Você não está errado. Pergunta ao Rodrigo Pastana que falei de você”- afirmou o diretor técnico do Cruzeiro.

O diálogo causou grande mal estar dentro do Cruzeiro. E espera-se, dentro do clube, alguma atitude diante do que se tornou público. O Cruzeiro foi procurado para comentar sobre o assunto, mas ainda não se pronunciou.

Veja o comunicado na íntegra de Sérgio Rodrigues

Antes de tudo, minha posição é de desculpas diante de toda essa lamentável sequência de fatos ocorridos, dentro e fora de campo. Sou muito grato por ser presidente do Cruzeiro e jamais farei desse momento delicadíssimo de nossa história, que herdamos de 2019 e se arrasta até os dias atuais, palanque para esconder erros ou jogar mais gasolina num corpo em combustão. Mesmo porque são poucos os dispostos a apagar esse incêndio sem pedir algo em troca. O que torna o nosso compromisso ainda mais difícil.

Quanto às manifestações dos últimos dias, acompanhei de perto. Escutei com muito respeito. Sabemos que nem todos são de coração ou isentos de interesses políticos internos do clube ou dos bastidores do universo do futebol, mas não cabe a mim julgar. Cabe ao presidente do Cruzeiro respeitar aos que protestam com o coração.

Aproveito para divulgar que em breve vou dar uma entrevista para que possa esclarecer ao máximo dúvidas e desconfianças. Sejam da arquibancada, das organizadas, grupos ligados a conselheiros, do interior de Minas Gerais e de qualquer lugar do mundo onde estiver um cruzeirense.

Quanto aos áudios editados e publicados, tenho duas explicações. A primeira é dizer que também acho impróprias palavras e expressões expostas. Eu ou qualquer outra pessoa podemos mudar a forma de dizer algo quando estamos num ambiente informal e quando acreditamos estar em uma conversa franca com pessoas que damos confiança e respeito. Eu dei. Recebi e conversei abertamente com diversos grupos de torcedores recentemente, por horas, em nossa sede.

Em segundo lugar, lamento ver que essas expressões ditas no calor de uma conversa informal tenham sido usadas fora do contexto. Como, por exemplo, ver a narrativa de me tornarem uma pessoa violenta, quando na verdade respondia a insinuação de violência contra minha esposa e filhos. Mas vou me limitar a lamentar o fato e, de novo, desculpar-me com todos que se indignaram ao escutá-las, mesmo não sabendo de todo o assunto falado e do intuito que foram divulgados curtos trechos de uma longa conversa.

Pessoal, desde que entramos, estamos lutando pra trazer recursos e reerguer o Clube. E compreendo os que discordam das ações e opções que fizemos até o momento para recuperar o Cruzeiro. Eu nunca disse que seria fácil e também já disse que erramos, mas sempre tentando o melhor, trabalhando dia, tarde e noite. Falamos diversas vezes da difícil rotina de contratempos e dívidas. Mas mesmo assim conseguimos superávit de R$ 33 milhões em nossa gestão até o momento.

Àqueles que me julgam arrogante, saibam que desde o primeiro dia eu tenho buscado o diálogo e ajuda de vários cruzeirenses e agentes do esporte, sejam torcedores, empresários, sócios, imprensa, conselheiros, dirigentes. Procurei e recebi muita gente. E saibam também que existem boicotes a quem luta contra o sistema instaurado em 2019. Mas eu jamais vou desistir.

O Cruzeiro não é meu, nem de grupo nenhum. O Cruzeiro é de todos os seus 9 milhões de apaixonados. Seguirei lutando, trabalhando, tentando evitar erros e pedindo que nunca deixem de confiar no Cruzeiro, mesmo que não gostem de mim, que me julguem por isso ou aquilo, ou a qualquer outro dirigente. Pois boicotar ou implodir o nosso Clube é tudo que querem os inimigos (e falsos amigos) desse Gigante Azul.