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Por amor ao clube, zagueiro Léo fica no Cruzeiro

O zagueiro Léo oficializou a permanência no Cruzeiro para a temporada 2020. O zagueiro recusou a oferta que um dos seus representantes, André Cury, trouxe do Bahia e decidiu permanecer na Raposa. Emocionado, o zagueiro realizou o anúncio em coletiva de imprensa, nesta sexta-feira, na Toca da Raposa.

“Todo mundo sabe da situação que o Cruzeiro está neste momento. Eu sou um cara que vive isso aqui intensamente, como jogador, como pessoa. Como o Adilson comentou, até mesmo com funcionários, o clima desse clube… Vivo aqui um terço da minha vida. É um clube que vivi muitas alegrias, mas é um momento de dificuldade, difícil para o clube, mas é um momento em que vou permanecer no clube. Tive uma conversa com a diretoria, ontem e hoje, confirmando. Foi algo muito legal, algo que eu pensava e eles retribuíram diretamente a mesma coisa que eu pensava, da importância, do comprometimento, do profissionalismo, de fazer parte da reconstrução do clube. Dessa importância que tinha a minha pessoa. E eu, por respeito, por identificação, por gostar do clube, por amar o clube, por viver aqui um terço da minha vida, eu decidi ficar”.

O contrato de Léo iria até o fim de 2022 com o Cruzeiro. O Santos e o Bahia haviam sondado a situação do jogador e mostraram interesse em sua contratação. Mas o zagueiro decidiu permanecer.

“Decidi fazer parte desta reconstrução. Sei que serão grandes desafios, grandes obstáculos, mas o Cruzeiro é grande, tem história, é um clube que tem muitos títulos e, com certeza, vai sair dessa. Eu sei que problemas vão acontecer durante o ano, mas acredito que eu posso dedicar, me entregar, para que eu possa devolver o clube na Série A. Foram anos vividos aqui. Muitos jogadores têm seus propósitos, seus princípios, e eu estou aqui declarando os meus. Princípio de verdade, de caráter, de comprometimento. Este é o meu princípio. Eu sigo os meus princípios, de respeitar o clube, o meu trabalho, a minha instituição. A minha vontade é de que o clube se erga, que seja o Cruzeirão Cabuloso novamente. Esse é o nosso grande desejo, o nosso empenho” – disse o jogador.

Depois do pronunciamento, Léo respondeu a algumas perguntas dos jornalistas. Na primeira, sobre o sentimento dele, enquanto jogador e também torcedor, sobre o rebaixamento e as dificuldades financeiras, ele se emocionou. Com a voz embargada, respondeu:

“O sentimento é de muita tristeza, muita dor. Um sentimento muito ruim. Eu não dormia. Às vezes você passa dias sem dormir, dias difíceis para minha esposa, minha família. Vendo tudo isso, eu só vejo a questão de buscar solução para o clube, para que as coisas se organizem novamente. Eu me vejo, neste momento, podendo ajudar para buscar solução e resolver as coisas que precisam ser resolvidas”.

O zagueiro também aproveitou para pedir paciência ao torcedor, entendendo o sentimento de mágoa e tristeza que eles têm no momento. Léo também ressaltou que a diretoria o tratou com carinho e de forma humana nas conversas sobre o futuro.

“A gente vai precisar da paciência do torcedor, desse envolvimento. Eu sei da mágoa, da tristeza, mas com união e paciência, com o torcedor envolvendo o clube, vamos erguer novamente. Isso é algo que vai ajudar, que será importante para a reconstrução. Eu tive uma conversa com a diretoria. Um relacionamento que tenho com o clube ao longo de dez anos é muito transparente”.

“Tive muitas conversas. Respeito todos os empresários, todas as pessoas, que com certeza foram úteis, mas aqui tenho um relacionamento próximo e direto, por isso pude conversar, entender, sentir… Muitas vezes é tido como moeda de troca, como um objeto, mas o clube sempre mostra esse carinho, essa humanização em relação a mim. Eu decidi ficar, contribuir para que a gente consiga retornar à Série A e os objetivos do Cruzeiro, que está sempre lá em cima. Essa é nossa ambição, nossa tentativa”.

Léo, obviamente, também foi questionado sobre as diversas saídas que têm ocorrido no Cruzeiro. Ele disse que as decisões são individuais, levando em consideração os princípio de cada um:

“Toda minha identificação pelo torcedor, o meu princípio, o meu caráter e o meu valor foram as grandes causas para permanecer aqui”

“É algo que cada um tem, individualmente. Cada um toma suas decisões, cada tem seus princípios e cada um toma suas decisões. Eu tomei a minha atitude, acredito que possa incentivar outros a também ficar e repensar as ações. Que possa ser algo que incentive, que mobilize alguém. A gente está na vida para seguir propósitos, para passar alguma coisa positiva, e tomara que alguém possa pegar isso e seguir com seus princípios e valores”.