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Os bastidores da saída de Lisca do América.

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Todo ciclo tem seu fim. O de Lisca com o América se encerrou nessa segunda-feira, após um ano e quatro meses. Com sete jogos de jejum e sem conseguir mudar a queda de rendimento do time, ele pediu demissão no clube. Mas a saída do técnico do time mineiro se desenhou há algumas semanas. Tudo começou com a perda do Campeonato Mineiro para o Atlético.

Perda do Campeonato Mineiro

No dia 22 de maio, o América ficou com o vice no Campeonato Mineiro, que seria o primeiro título do treinador no comando do Coelho. O troféu escapou após dois empates em 0 a 0 diante do Atlético.

No jogo final, o artilheiro da equipe, Rodolfo, desperdiçou um pênalti e houve muita reclamação com a arbitragem, deixando o treinador psicologicamente muito abatido. Entendendo que foi prejudicado e que perdeu o título de forma injusta, Lisca sentiu muito a perda.

Na mesma semana, o América viajou até Paraná para enfrentar o Athletico-PR, na estreia do Brasileirão. A partida, no dia 30 de maio, terminou em derrota da equipe, assim como jogos seguintes. O objetivo do clube era voltar de Curitiba pelo menos com o empate. Passada as três primeiras rodadas, o Coelho esperava ter, pelo menos, dois pontos somados.

Outro ponto importante foram os problemas com arbitragem ao longo da passagem pelo América. Por diversas vezes e de forma muito enérgica, Lisca cobrou e criticou erros que teve contra o América.

O treinador achava que estava prejudicando o clube de alguma forma por conta desse desgaste com arbitragem. E quando se há uma perda de envolvimento com o trabalho, consequentemente o desgaste aumenta internamente.

Eliminação da Copa do Brasil e primeiro pedido de demissão

No dia 2 de junho, o América recebeu o Criciúma, no Independência, pela primeira partida da terceira fase da Copa do Brasil. O jogo terminou sem gols, mas o que marcou a confronto foi o segundo pênalti seguido perdido pelo atacante Rodolfo. Após a partida, houve uma cobrança mais enérgica do treinador no vestiário o que gerou insatisfação de lideranças da equipe.

Na partida de volta, empate em 2 a 2 no tempo normal e decisão nos pênaltis. Coelho não teve um bom aproveitamento e caiu diante do Criciúma. Após a eliminação e bem desanimado com a continuidade do trabalho, Lisca chegou a pedir demissão no “calor do momento”. Foi demovido da decisão de sair pela direção do clube, que acreditava e gostava do desempenho do treinador.

Somando a isso, no mesmo dia, Felipe Conceição foi demitido do Cruzeiro, o que aumentou a pressão sobre Lisca. Explico: Conceição é querido dentro do América por funcionários e jogadores. Se o clima não tava bom, piorou.

Conceição teve uma campanha histórica em 2019 com o Coelho. Se transferiu para o Bragantino no ano seguinte, sendo sucedido justamente por Lisca, que assumiu o grupo formado pelo ex-treinador. Nessa segunda-feira, Lisca chegou a dizer que indicou Conceição para voltar ao cargo no Coelho.

Discussão e derrota para o Flamengo

O desgaste ficou ainda maior com a derrota para o Flamengo. Lisca entendeu que não conseguiria mais motivar a equipe. No dia anterior à derrota, outro problema: uma discussão com o atacante Leandro Carvalho durante o treino.

O jogador inclusive deixou o hotel onde a delegação estava hospedada, no Rio de Janeiro, antes do previsto. Ele sequer foi relacionado para o jogo de domingo. Leandro Carvalho não apareceu no treino desta segunda-feira, no CT Lanna Drumond.

A campanha do treinador, que levou o time à semifinal da Copa do Brasil do ano passado, foi vice campeão da Série B e finalista do Campeonato Mineiro, chega ao fim com 82 jogos, 40 vitórias, 27 empates e 15 derrotas (aproveitamento de 60,4%).

O presidente Marcus Salum em entrevista coletiva nessa segunda-feira, disse que não queria a saída do técnico. Apesar do momento ruim que antecedeu o pedido de demissão, o treinador é querido pela direção do clube e o trabalho feito era considerado bom. Um resultado positivo poderia mudar toda a trajetória dos últimos dias.