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Médico do Cruzeiro explica protocolo para volta aos treinos

Poucas horas depois de receber o aval da Prefeitura de BH para retornar aos treinos, o Cruzeiro já montou o cronograma para a volta das atividades. Os testes começarão ainda nesta semana para alguns funcionários e, após os resultados – previsão de todos estarem prontos até terça – é projetada a volta aos treinos na próxima quarta-feira, mas cercados de todo o cuidado possível. O clube já havia criado um protocolo.

Quem detalhou o passo a passo de como será a volta das atividades foi o diretor médico do clube, Sérgio Campolina. Ele explicou o que irá ocorrer em cada etapa e disse que o cuidado será até na limpeza de uniformes e equipamentos individuais, que passará ficar a cargo dos próprios jogadores.

“Elaboramos como vamos colocar o protocolo em prática. Mas felizmente o protocolo já estava montado. Não vai ser difícil. A gente já deu o start, principalmente na avaliação laboratorial dos exames médicos. Inicialmente, os funcionários operacionais deverão realizar esses testes ainda nesta semana, e os (testes dos) membros de comissão técnica e jogadores deverão ser realizados na próxima semana, no início da semana. Quando tivermos os resultados, vamos analisá-los, todos estarão aptos para os treinamentos, mas todos dentro da norma rígida que a gente definiu para que isso ocorresse. Grupos pequenos”.

“A partir do momento que tivemos a comunicação (da liberação por parte da prefeitura), já fizemos uma anamnese, uma avaliação de queixas, que a gente vai enviar para os membros da comissão e alguns atletas. Eles terão um prazo para responder isso antes do final de semana. Isso já vai ser uma forma de triagem. Os exames realizados na segunda-feira, por exemplo, em média os laboratórios têm entregue os resultados em 24 horas. Então, fazemos testes na segunda, terça-feira a avaliação. Tudo correndo bem, na quarta-feira os grupos já começarão suas atividades”.

“Eu acho que este é um momento que tem que ter o máximo de segurança possível. Vamos terceirizar o serviço de laboratório para realização dos testes, mas haverá orientação. Um responsável pelo departamento de saúde vai estar na portaria inicialmente fazendo a medida de temperatura, vamos ter uma planilha de hábitos dos membros do time e da comissão, onde vai ter a temperatura diária deles e vai ser montado um posicionamento de estacionamento. À medida que for liberando um atleta, outro vai com seu veículo. E assim por diante. O atleta, a ideia é que eles não desçam dos seus carros no primeiro dia e façam uma coisa bem seletiva para essa avaliação laboratorial”.

“Até mesmo a parte de avaliação médica, exame físico, aqueles que não tiveram nenhuma queixa, do ponto de vista ortopédico, não descerão para fazer avaliação. Somente aqueles que tiverem alguma queixa poderão ser avaliados. Claro que temos métodos de imagem que posso utilizar para fazer essa avaliação, que serão retirados da área interna, colocada em área aberta para, se necessário for, serem utilizados com os atletas. Então, a gente está querendo que, no primeiro momento, seja o mais rápido possível dentro da estrutura do clube”.

“A logística do clube será direcionada para isso. Vagas de estacionamento já determinando cada área que cada atleta vai estar realizando suas atividades (exames). Estes testes serão realizados no sistema drive-thru. Ou seja, o atleta não vai sair do carro. Ele vai entrar de carro na Toca da Raposa. O primeiro ponto de atendimento é que serão realizados os testes propriamente para a Covid, toda sorologia, toda avaliação laboratorial”.

“Na segunda tenda serão realizados os exames de rotina, que serão refeitos, onde o atleta receberá um kit de treinamento para os dias seguintes. Também a cartilha de orientação, que eles já receberam por outras vias de comunicação, mas haverá uma cartilha impressa, para orientá-los como serão os passos dentro do processo. A participação deles será fundamental para que a gente consiga otimizar o tempo e fazer com que as normas de saúde prevaleçam”.

“Esse processo de desinfecção a gente já realizou até duas vezes após a pandemia. Então, agora não vai ser mais necessário um processo mais radical na Toca. Será mais ajuste mesmo nas áreas que forem necessárias. Então, quanto a isso, vai ser retorno rápido. Está tendo uma manutenção, então estamos tendo cuidados dentro deste período que são quinzenais, que é o período médio de afastamento, mesmo que não tenha ninguém circulando. A gente obedeceu isso também. Então, em média de 15 em 15 dias foi feita uma varredura geral, de esterilização interna”.

“Local tem que ter ventilação, praticamente dois meses fechado. Então, a gente teve esse cuidado para não gerar outro tipo de problema. Agora, quando os sintomas eram valorizados, agora serão mais ainda. Então, a gente tem que tentar evitar os processos alérgicos, mesmo as gripes normais. Vale lembrar que nos questionários eles foram indagados sobre vacinação. Aqueles que porventura não foram vacinados neste ano, serão também submetidos à vacinação na Toca da Raposa”.

“Sistema totalmente com o mínimo contato possível. Primeiro passo na portaria, segundo passo na primeira tenda, com primeiros testes específicos da pandemia, na segunda tenda já serão realizados testes e exames laboratoriais convencionais, a imunização se necessária, que é a vacinação, e a entrega de kits de treinamento, material de treinamento”.

“Neste primeiro momento, inclusive, os atletas, dentro do que cada um tem que usar na estrutura interna, a parte de higienização e banhos será realizado no domicílio. Os atletas não vão tomar banho na Toca da Raposa. Os uniformes eles vão levar para suas casas para lavar. Então, a participação será efetiva dentro do processo de segurança. Querendo ou não, eles são parte fundamental do processo. Eles estarão diretamente envolvidos com os instrumentos de trabalho pessoais”.

“No final dos exames, vão para casa, esperar os resultados. De acordo com isso, a gente vai montar: o atleta quer der positivo vai ser orientado como proceder. Dando negativo nos testes, aí já entra para programação, entre aspas, do novo normal. Essa readequação da parte física, também respeitando essas normas de segurança, de nenhum contato, grupos pequenos, distribuição. Felizmente, a Toca da Raposa dispõe de quatro campos praticamente. Os atletas, praticamente, poderão treinar todos ao mesmo tempo, com segurança, distanciamento, que vai facilitar também a observação por parte da comissão técnica. Ainda mais neste momento, já que a situação é totalmente nova. Esse é o primeiro contato real da comissão com os jogadores. Então, é importante que todos estejam lá para poder obter o processo mais longevo possível”.

“Vai ser individual, parte física, grupos pequenos, provavelmente quatro atletas em cada metade do campo. Cada um com sua bola, quando for fazer atividade, cada um com seu equipamento de estímulo muscular, elástico, borrachinha, etc. Então, vai ser um trabalho de contato apenas visual. Mas os atletas serão orientados, ao fim da atividade, mesmo não sendo ideal, pegar suas coisas e ir para casa. A gente quer muito socializar, trocar experiências, mas agora não é hora ainda. Agora é hora de acordar o organismo, porque, querendo ou não, esse período também abre as portas para as lesões músculo-esqueléticas, que é o que a gente não quer que aconteça. Por isso é importante readaptar o corpo e a mente dos atletas para a atividade física”.