É tempo de Botafogo!!! É tempo de bater no peito e gritar que o Glorioso de General Severiano, de Garrincha, de Nilton Santos, de Jairzinho, é campeão da América! Se há coisas que só acontecem com o Botafogo, realmente só esse time seria capaz de protagonizar uma final com roteiro tão especial como a deste sábado diante do Atlético. Com um jogador a menos desde os 30 segundos, após a expulsão de Gregore, o Botafogo intenso, veloz e ofensivo de 2024 soube ser organizado como poucos, sofrer como poucos e vencer como poucos conseguiriam. Luiz Henrique e Alex Telles abriram 2 a 0 no primeiro tempo, Vargas descontou, mas Júnior Santos, herói no início dessa trajetória, ainda na pré-Libertadores, fechou a conta no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. A América do Sul está pintada de preto e branco.
O que parecia ser um sonho acabou se tornando um pesadelo para o torcedor atleticano. Com uma expulsão no primeiro minuto da final da Copa Libertadores, o jogo que se encaminhava para a possibilidade de ter um desfecho feliz para o Atlético acabou com muita tristeza, após ser derrotado por 3 a 1 na tarde deste sábado (30) para o Botafogo, no estádio Monumental, em Buenos Aires.
Logo aos 30 segundos de partida, Gregore, meia do Botafogo, entrou forte em Fausto Vera e acabou levando cartão vermelho. A dividida foi tão pesada que a cabeça do volante argentino sangrou.
Com um a mais, o Atlético partiu para cima e teve duas boas chances ainda no primeiro tempo, mas não conseguiu converter em gol. Já o Botafogo ficou recuado, esperando os contra-ataques.
E eles vieram. Aos 35 minutos, o Botafogo aproveitou uma vacilada da defesa do Atlético e Luiz Henrique abriu o placar. O Atlético sentiu o gol e, logo depois, após vacilo de Arana, o goleiro Everson cometeu pênalti no camisa 7 do Botafogo. Alex Telles foi para a cobrança e ampliou o placar.
Milito mexeu bastante na equipe no intervalo e trouxe Vargas para o campo. O atacante chileno foi quem descontou o placar. Logo aos dois minutos da segunda etapa, Hulk bateu escanteio na cabeça do chileno, que colocou no canto sem chances para John.
O Atlético se lançou para o ataque e, nos acréscimos da partida, o Botafogo aproveitou um contra-ataque com Junior Santos para conquistar o título.
A derrota dolorida encerrou a campanha do Atlético na Copa Libertadores de 2024. O vice-campeonato também complica a situação do time para a próxima temporada, que agora precisa vencer os dois jogos restantes no Brasileirão, além de contar com a ajuda de outros resultados, para conseguiur uma vaga na competição do ano que vem.
Já o Botafogo consegue sua primeira Libertadores. Além do título, a equipe se classificou para o Mundial Intercontinental em dezembro, em Dubai, e para o Super Mundial de Clubes da FIFA, disputado no próximo ano.
A partida começou com a expulsão de Gregore, logo aos 30 segundos de jogo. Em uma bola que sobrou no meio de campo, Fausto Vera tentou cabecear e recebeu um chute na cabeça do meia do Botafogo. O juiz expulsou o jogador sem precisar ir ao VAR checar.
Com um jogador a mais, o Atlético passou a dominar o jogo e, aos
oito minutos, teve sua primeira chance. Hulk escapou pela esquerda,
ninguém acompanhou e emendou um chute de muito longe. O goleiro
John pulou e fez a defesa.
Hulk, novamente, levou perigo ao gol do Botafogo. Dois minutos
depois, o atacante atleticano recebeu livre na esquerda, encarou a
marcação, cortou para dentro e chutou, obrigando John a fazer outra
boa defesa.
E foi só isso que o Atlético ofereceu na primeira etapa. Com um jogador a menos, o Botafogo se fechou atrás e aguardou as oportunidades no contra-ataque. A primeira delas chegou aos 35 minutos, e foi aí que a equipe carioca abriu o placar. Luiz Henrique fez boa jogada pela direita, cortou Lyanco e encontrou Marlon Freitas na entrada da área. O volante chegou chutando, a bola rebateu e sobrou no pé do camisa sete, que marcou o primeiro gol da partida.
Cinco minutos depois, o Botafogo ampliou. Luiz Henrique foi lançado e aproveitou a indecisão entre Arana e Everson para dar um toque na bola e sofrer falta do goleiro atleticano. O juiz foi até o VAR e assinalou o pênalti. Alex Telles foi para a cobrança e marcou o segundo do botafogo
Milito mexeu, e muito no intervalo. Tirou Lyanco, Vera e Scarpa, colocando Vargas, Mariano e Bernard. E a substituição deu certo. Logo no primeiro lance, após cobrança de escanteio, Vargas cabeceou e descontou o placar.
O Atlético seguiu com a bola durante todo o segundo tempo. Diferente da primeira etapa, o Botafogo não conseguiu encontrar espaços para contra-atacar.
Aos 40 minutos, Mariano encontrou Vargas sozinho na área. O chileno, da marca do pênalti, bateu de perna esquerda por cima do gol.
No lance seguinte, Vargas perdeu outra grande oportunidade. Alonso lançou, Adryelson falhou e o chileno saiu na frente de John. Ele tentou encobrir o goleiro, mas acabou colocando para fora.
Um primeiro tempo que contrariou a lógica desde o primeiro minuto, literalmente. Todos os prognósticos de favoritismo e controle de jogo foram por água abaixo logo aos 30 segundos, quando Gregore acertou a cabeça de Fausto Vera em pisão no meio de campo e recebeu o cartão vermelho mais rápido da história da Libertadores. Foi a senha para que a final escancarasse em 45 minutos quem era o time mais organizado em campo. Mesmo com um a menos, o Botafogo logo se arrumou sem nem precisar fazer substituição, fechou espaços e deixou a bola com um Atlético-MG inerte. Com exceção de dois chutes de longa distância de Hulk sem muito perigo, John sequer trabalhou. Os mineiros giravam a bola lentamente de um lado para o outro com um repertório que não ia além de cruzamentos para a área bem rechaçados pela defesa. O Botafogo criou coragem, se soltou e na primeira vez que se debruçou no campo ofensivo abriu o placar. Almada serviu Luiz Henrique pela esquerda, o atacante limpou Lyanco e rolou para Marlon Freitas chutar. A bola bateu em Júnior Alonso e se apresentou para o camisa 7 abrir o placar aos 35. Menos de dez minutos depois, o segundo, novamente em cochilo de um Galo que marcava à distância diante de botafoguenses a mil por hora. Arana tentou proteger, Luiz Henrique foi mais esperto e acabou derrubado por Everson. Alex Telles cobrou forte, no canto, e fez o 2 a 0 justo para quem nem precisou de 11 para ser melhor.
O segundo tempo começou a mil por hora para dar a dose de emoção necessária para uma final de Libertadores. Não foi preciso nem um minuto para que as mudanças de Gabriel Milito surtissem efeito. Com Hulk aberto pela direita, Mariano, Vargas e Bernard em campo, o Galo se mandou ao ataque, conseguiu escanteio e o atacante chileno descontou. A partir daí, foi praticamente todo o tempo ataque contra defesa. Apesar do ímpeto, porém, o Atlético-MG seguia sem apresentar muito repertório. Quase sempre, era bola para Hulk e o camisa 7 tentava encontrar soluções. E chegou a encontrar algumas, como na jogada individual em que obrigou John a fazer pela defesa no canto direito. Quando não era com Hulk, Mariano foi o responsável pelos lances mais perigosos. Saiu do pé direito dele os passes caprichados para Vargas e Alan Kardec desperdiçarem chances na frente do goleiro do Botafogo. Adryelson ainda errou feio já nos minutos finais, mas Vargas não estava com estrela para ser herói. Este posto estava reservado para Júnior Santos. Logo ele, que foi decisivo para que o Glorioso chegasse até a fase de grupos da competição. Logo ele, que perdeu parte da temporada por lesão. Logo ele, artilheiro da Libertadores com dez gols. O décimo no lance final, em jogada individual ao completar corte de Alan Santos. Não há dúvidas: é tempo de Botafogo!