fbpx
Pular para o conteúdo

Felipão responde ao repórter Oliveira Lima da Minas FM: ” Barro até o pescoço”.

Image
Oliveira Lima na cabine do Farião

BANNER FUTEBOL AGOSTO 2020

Na estreia de Felipão, o Cruzeiro foi a Ponta Grossa, no Paraná, e venceu o Operário por 1  a 0, com gol de Arthur Caíke aos 39 minutos do segundo tempo. Na primeira entrevista coletiva desde que retornou ao clube celeste, Scolari avaliou a partida – dentro das possibilidades de quem tem dias no cargo – e admitiu que o triunfo não veio com grande exibição. Por isso, pediu:

“A gente venceu o jogo no sufoco. Calma, muita calma”.

– (A vitória) não foi de muita qualidade nossa, não. Foi de entrega, de luta, de colocação, de situações que a gente trabalhou e que aconteceram, que os jogadores estavam posicionados, mas falta muito. Não vamos comemorar muito essa vitória, porque estamos lá embaixo. Falta muito, e vamos atrás disso.

É unanimidade que o desempenho do Cruzeiro, nesta temporada, está abaixo das expectativas. Mas falta muito para o quê, exatamente? Qual é o objetivo do time no ano? Ainda dá para falar em acesso à Série A nesta temporada? Felipão evita essa ousadia, pelo menos por enquanto.

“Pelo amor de Deus, gente. Estou com barro até o pescoço. Entendeu?”

Estou lá embaixo. Primeiro eu tenho que sair de onde estou, de onde nós estamos, porque hoje faço parte desse grupo. Então, ainda faltam muitos e muitos jogos, muita qualidade, muito treinamento, muitos pontos pra que a gente possa sair dessa situação. Primeiro, entendo que devemos fazer isso: jogo a jogo, ponto a ponto, objetivo a objetivo. Ganhamos uma posição (na verdade, duas). Temos que jogar no domingo pra ganhar uma outra posição, ou duas posições. Assim vamos, melhorando’. (resposta a pergunta formulada pelo repórter Oliveira Lima, da Rádio Minas FM)

Com o estilo sincero de sempre, Felipão admitiu que encontrou um grupo sem confiança. E que o trabalho, neste primeiro momento, é de devolver aos jogadores a crença de que é possível render mais.

“Eles estão desconfiados de si próprios, não estão acreditando totalmente nas qualidades que têm, e nós sabemos que algumas coisas são diferentes numa Série B”

“Se nós quisermos fazer com que o Cruzeiro volte, vamos ter que fazer diferente. Isso é o que conversamos. Isso fez com que eu viesse pra cá, com meu grupo, e passasse a confiança que tenho neles. Afinal, todos nós passamos por dificuldades na vida e sempre tivemos uma possibilidade de retornar melhor, de fazer as coisas progredirem. Eu passei só isso a eles. Fizemos um treino tático, de 45 minutos, nada de diferente. Temos que agradecer pela vitória, mas ainda faltam muitos degraus pra subir. E faltam ainda situações pra que gente possa melhorar tecnicamente, pra enfrentar outras equipes em melhores condições”.

“Eu estou fazendo esse trabalho com amor, com carinho, mas eu recebo”

“Sobre a equipe, não tenho muita coisa pra falar, porque são dois dias. Apenas conversei um pouco com os jogadores, tentei dar a eles um pouquinho mais de confiança. Temos um projeto, esse projeto é interessante. Quero dizer a todos os cruzeirenses que eu sou um profissional. Eu estou fazendo esse trabalho com amor, com carinho, mas eu recebo. Sou um profissional, não estou aqui de graça. As pessoas gostam de mim, podem gostar, mas quero dizer que estou aqui trabalhando também profissionalmente”.

“Quero elogiar a atitude do presidente de montar um projeto. É difícil a gente dizer pra vocês tudo aquilo que conversamos e que tivemos a possibilidade de idealizar e que podemos fazer. Então, o primeiro passo, os passos que precisamos dar, são muitos grandes. Foi um primeiro passinho. Temos uma infinidade de situações pra melhorar, pra não termos a dificuldade que estamos passando. Mas estou contente com o grupo que encontrei. Algumas situações ainda vou conversar com o presidente pra gente tirar o pé desse atoleiro que estamos. E ver se a gente consegue fazer o idealizado pelo projeto”.

“A escolha é pela qualidade, pela experiência. Nesse momento, os mais jovens vão sofrer uma dificuldade maior que os jogadores com mais experiência. Não estamos fazendo muito certo as coisas, senão estaríamos em uma situação muito melhor. Sempre que fica uma situação pros mais jovens, eles sentem muito mais. Então, a gente optou por um grupo que seja um pouco mais experiente, principalmente do meio pra frente, porque nosso meio era de garotos, mas na frente tinham uns três ou quatro jogadores que podiam ajudar bastante”.

“Também acreditávamos que, com o decorrer do jogo, se tivéssemos possibilidades, se as coisas tivessem definidas, o Airton (entraria). Já conheço o Airton do Palmeiras, sei que ele tem velocidade, disposição, que participa muito bem das jogadas de contra-ataque. A gente poderia, nos últimos 20, 30 minutos, colocá-lo, como foi colocado, e ele fez seu trabalho perfeitamente”.