fbpx
Pular para o conteúdo

Evolução no Atlético será aos poucos, diz Sampaoli

O primeiro passo para o sucesso é saber o que quer. Vale para a vida, vale para o futebol. O Atlético, nos primeiros meses do ano, não sabia o que queria. Com Dudamel, o Galo não definiu um esquema, não tinha um time base, muito menos proposta clara de jogo. Sampaoli chegou e, na estreia, conquistou uma vitória tranquila sobre o Villa Nova, em Nova Lima, por 3 a 1. Houve erros, o caminho de evolução é longo, mas o primeiro passo foi dado: o time sabia o que queria. Já mostrou uma proposta clara. E ela fez com que a vitória viesse com naturalidade.

Em Santos, ficou famosa uma frase que caracteriza o estilo de Sampaoli: “Amor pelo balón“. A quase obsessão por ter a bola e controlar o jogo é uma das principais características do treinador argentino. Nessa proposta, a ideia é que o time seja dominante. E, em Nova Lima, foi. Os números mostram. O Galo teve a posse de bola em 63,4% do tempo (chegou a ter mais de 80% em parte do jogo). A estatística de passes trocados é mais impressionante: foram 407 passes atleticanos na partida, contra 194 do Villa. São 213 passes a mais. Os números são do Footstats.

A ideia de controlar o jogo casa com outra proposta de Sampaoli: fazer com que o time tenha 11 jogadores que participem da criação das jogadas. O que isso significa? Que o goleiro também é peça usada no início da transição ofensiva. Assim foi. Rafael, outro que estreou pelo Galo em Nova Lima, foi acionado em vários momentos do jogo. Novamente, as estatísticas ilustram perfeitamente a mudança tática. O goleiro deu 42 passes na partida (41 certos), número muito alto para alguém da posição.

Os números dos outros goleiros (que atuaram antes da chegada de Sampaoli) servem para uma ótima comparação. Victor, nos três jogos que atuou, deu 52 passes (média de 17,3 por partida). Michael, nas cinco partidas que jogou, deu 64 passes (média de 12,8). O número de Rafael na estreia (que, obviamente, sofreu interferência direta do modelo de jogo) é mais que o dobro do número dos outros dois.

O primeiro passo para que Jorge Sampaoli tenha sucesso no comando do Galo foi dado: ele já deixou claro, na apresentação e na estreia, a forma que pretende fazer o time jogar. O caminho natural, a partir de agora, é de evolução. O time precisa ser mais seguro na saída de bola e a base da escalação titular precisa ser encontrada (Di Santo e Ricardo Oliveira contra o Villa pareceu muito mais uma ideia de ocasião em função do gramado ruim), os reforços que chegarão precisam encaixar na proposta do argentino.

O caminho existe. O time é bom e vai se reforçar. O calendário, em função das duas eliminações precoces em 2020, não será tão duro na temporada. São elementos que podem animar o torcedor atleticano. Se o Galo vai alcançar os objetivos, o tempo dirá. Mas o time já sabe como pretende fazer isso, e aí fica mais fácil.