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Dias melhores para Cuca. Atlético vence, convence e Dona Nilde é extubada.

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Um ambiente mais tranquilo e uma coletiva recheada de elogios aos jogadores e ao time. Mas com pés no chão. É o modo Cuca de ser. Contente com placar de 3 a 0 sobre o Tombense, na primeira partida da semifinal do Campeonato Mineiro, o treinador comemorou o desempenho da equipe e, durante a coletiva, destacou várias situações que ocorreram no duelo no Independência e também vem vivenciando no dia a dia do Atlético. Dias de paz comemorados pelo treinador. Apesar de curtos.

“Eu diria que ganhei dois dias de paz. Domingo e segunda. Terça (contra o Cerro Porteño, pela Libertadores) tem de provar de novo. Se não der certo na terça, vocês vêm no meu pescoço de volta. Sei que minha vida é assim. E não me queixo”.

Na vitória sobre o Tombense, Cuca teve de usar novamente o então terceiro goleiro, Matheus Mendes. Com Everson expulso após cometer pênalti e Rafael como baixa pelos próximos meses (lesão no ombro esquerdo), o treinador precisou usar o jovem goleiro de 22 anos, que retornou ao Galo nesta temporada, após ter boa passagem pelo CSA. Matheus entrou e defendeu um pênalti.

“Ficamos muito felizes com a entrada do Matheus (Mendes). Lógico que não era como desejávamos. Perdemos o goleiro expulso no momento que o jogo estava controlado. Tivemos mais uma vez o erro, fomos penalizados com essa penalidade. O Matheus pegou tanto um pênalti, como uma rebatida. Depois fez grandes defesas. É um menino que foi emprestado ao CSA, fez grande campeonato”.

“No último jogo, ele teve uma escolha errada, e jogador vive de escolhas no jogo. Saiu para o lado errado, não fez a falta e acabamos tomando o gol. Hoje, no lançamento do goleiro, ele se posicionou o corpo para atrasar a bola para o nosso goleiro, acho que foi tocado. Não sei se foi falta ou não, porque são toques de jogo e acabou deslocando. É conversar com ele, porque é um jogador importante para nós na construção de jogadas, movimentação e mudança de diferença. Sempre quando tem princípio de jogada, e se for buscar nossos gols, eles têm nascido em princípio de jogada. E ele é importante. Entre elas, quando o último homem ficar, não ter esse erro, porque ele pode ser prejudicial. Vamos corrigir o quanto antes. Com certeza, isso não vai acontecer mais”.

“Aí a importância de sair para jogar, pegar bagagem, fazer um vestibular fora e voltar já concursado. Então, a gente fica muito feliz. Apesar de ter perdido o Rafael, que é uma perda enorme, a gente está bem servido de goleiros com o Matheus também”.

“Não tem preservação nenhuma. Tem cobrança em cima do jogador. Lógico que você não vai expor ninguém, vai cobrar internamente, para que eles vão melhorando. E com ele também vai acontecer isso”.

Cuca acredita que, hoje, os jogadores já estão mais acostumados ao seu modo de jogar. Ele citou alguns exemplos de jogadas nos últimos jogos.

“Hoje sinto deles mais de confiança, mais sabedores com a maneira que eu trabalho, gosto, é deles terem mais liberdade, poderem participar mais do jogo, não serem tão posicionais, como o Sampaoli era. Não se trata de ser melhor ou pior, se trata de ter um estilo diferente, que eu gosto, com os pontas flutuando por dentro, como o Keno fez na terça-feira. Como o Savarino estava dando passe no grande círculo para o Nathan deixar o Hulk em condição. Leva tempo para fazer esses encaixes. Quando vem explicar na derrota, não dá tempo, porque é muita cobrança. Na vitória, tem tolerância maior. Por isso, é sempre bom ganhar”.

“Penso em jogar dois atacantes enfiados nas entrelinhas dos zagueiros. E não são dois atacantes por dentro, e nem por fora. É entre o lateral e o zagueiro. Se você tem os dois jogadores assim, você consegue vir de trás com três meias, ás vezes quatro. Foi o que a gente fez, você vai ganhar o setor de meio de campo, que geralmente quando o adversário vem com três no meio. E esses dois entrando nos zagueiros, entre os zagueiros e laterais, mas requer tempo, trabalho. Eles têm treinado bastante as situações. Hoje, é gostoso ver o Hyoran fazendo gol naquele setor. O passe que o Savarino deu naquele setor. A gente fica muito feliz na construção de confiança, na construção dos sistemas. Tem outra maneira de jogar, e ter plano B, C quando não der certo. Por isso é bom ter versatilidade que eles têm. Fazer do Sasha um atacante, um meia. Um Hyoran um meia, um atacante. Do Nathan, a mesma coisa fazer ele de volante que vira meia. Tem muitos jogadores que estão aproveitando bem. Há 10 dias, o pessoal queria matar o Hyoran. Temos que ter paciência e confiança e passar essa confiança ao jogador”.

Cuca também comentou sobre o momento de Hulk e sua boa participação nas últimas partidas. O treinador usou o caso do atacante para citar que não é possível conseguir uma encaixe rápido diante de uma mudança de filosofia e forma de jogo, como ocorreu com a saída de Jorge Sampaoli, após o Brasileiro, e a chegada do técnico brasileiro, que vê o Atlético respaldado pelos bons números na temporada 2021.

“O Galo, esse ano, jogou 14 partidas com 11 vitórias e um empate. Quando se fala que não está tendo desempenho, ninguém é mágico de chegar em um lugar, ser contratado e mudar, tentar colocar sua forma de jogar, colocar sua jogada ensaiada, tanto atrás como na frente, e fazer os jogadores entenderem, pensar igual você e ter, em um mês, tudo na mão: resultado e desempenho. Não tem quem faça isso. Imediatismo ele acontece. A gente passou por isso e vai pensar se, amanhã, não vierem os resultados. Mas não acontece do nada”.

Cuca também foi questionado sobre Tchê Tchê. Titular desde a chegada ao Galo, o volante falhou pelo segundo jogo seguido. Já havia errado no gol do América de Cali, na última terça, na vitória atleticana por 2 a 1 na Libertadores. O treinador do Atlético prometeu que irá fazer correções e garantiu que as mesmas situações não irão se repetir.

“Não tem estimativa. É o que falei. Quando monta jogada ensaiada, você tem que ter seis, sete caras pensando a mesma coisa. Como você vai fazer isso se não tem repetição, treinamento e jogos? E você tendo sete gringos no meio. Você tem que rasgar um castelhano no meio. E sai tudo… e o cara entende uma coisa errada. Quase falei um palavrão aqui. E o que acontece? Tem que dar tempo ao tempo. E as vezes não sai como quer. Você não consegue o quer. O imediatismo ele ocorre. Não dá, tá ganhando o jogo, mas não está satisfazendo, não está tendo performance. Tem que ter calma, paciência. O verdadeiro torcedor do Atlético tem essa paciência. Ele sabe que fizemos bons trabalhos em outros clubes, aqui. Mas as coisas estão se encaminhando pouco a pouco, não está tudo certo, como não estava tudo errado quando perdeu uma e empatou outra. O Atlético tem 14 jogos e 11 vitórias. Dá mais que 80%. Os números são bons. O desempenho está melhorando, então as coisas tendem a ir cada vez melhor”.

“Cada jogo é uma história. Você vai pegando corpo assim. Não é falando que vai fazer. É fazendo. Cada jogo é uma história. De 14 jogos, o Atlético venceu 11. Temos que tentar empilhar o máximo de vitórias possíveis. Tem que ganhar, é a nossa vida. Tem que por na cabeça que é ganhar, ganhar e ganhar. O dia que não der para ganhar, você aceita, o adversário foi melhor. Mas tem que colocar na cabeça que você tem que ser melhor. E isso que a gente tem falado todo dia”.